A investigação sobre a violência nas relações íntimas (VRI) dirigida a homens em relações de sexo diferente e do mesmo sexo (RSD/MS) é escassa. Sabe-se que a sua procura de ajuda pode melhorar e que campanhas de VRI podem ser instrumentais neste processo, mas o seu impacto nestas populações é desconhecido. Este trabalho utilizou métodos mistos para compreender como facilitar a procura de ajuda em homens alvo de VRI em RSD/MS através de campanhas de VRI, recorrendo a modelos teóricos de mudança comportamental, perceção de riscos para a saúde e persuasão. Os resultados revelaram que estes homens experienciam diferentes tipos de violência significativa e possíveis conflitos com o seu papel de género. O desconhecimento sobre VRI e os serviços existentes são limitantes, e a promoção de normas sociais sobre linhas de apoio pode aumentar as intenções para procurar ajuda. As campanhas podem auxiliar neste sentido, mas os homens entrevistados não têm conhecimento das campanhas em Portugal. Também expressam a necessidade de representar “homens reais” e de evitar o termo "vítima" em campanhas futuras. A eficácia das campanhas pode aumentar se forem integrados conceitos de modelos teóricos e se for realçada a procura de ajuda de outros homens nestas circunstâncias. Estes resultados visibilizam populações sub-representadas e como a sua procura de ajuda é condicionada e facilitada. Campanhas de VRI podem ser um dos meios para incentivar a procura de ajuda, mas investigação futura deve identificar conteúdos adequados sobre riscos para a saúde e representar diversos grupos de homens em RSD/MS.

Research on intimate partner violence (IPV) targeting men in different-sex and same-sex relationships (DS/SSR) is scarce. It is understood that men’s help-seeking can be improved and that IPV campaigns could be instrumental in this process, but there is essentially no research about its impacts on these populations. This work employed a mixed methods approach to understand how to facilitate help-seeking in men targets of IPV in DS/SSR relationships through IPV campaigns, leveraging theoretical models of behavioral change, health risk perception, and persuasion. The findings indicate that men experience various forms of severe violence and may face conflicts related to their gender roles. Additionally, the lack of awareness about IPV and information about help-seeking services affects their willingness to seek help. Promoting adaptive social norms toward calling helplines is important to enhance men’s intentions to seek help. IPV campaigns may help in this regard, however, men target of IPV are unaware of existing IPV campaigns directed at men in Portugal. Moreover, men expressed the need for authentic representation and the avoidance of the label "victim" in future initiatives. IPV campaigns’ effectiveness may increase if they integrate the insights from theoretical models and highlight how so many other men seek help in these circumstances. These findings shed light on under-represented populations and how their help-seeking is conditioned and facilitated. Public IPV campaigns can serve as one of the means to encourage seeking help, but future research should identify appropriate health risk-related content and represent diverse groups of men in DS/SSR relationships.