A presente dissertação é constituída, substancialmente, pela descrição de um trabalho de investigação epidemiológica realizado no Distrito de Setúbal no ano de 2002, o qual permitiu determinar a prevalência de deformações da coluna vertebral, mais precisamente das escolioses idiopáticas e das cifoses, em jovens e adolescentes com idades compreendidas entre os 9 e os 15 anos, a fase de risco de surgirem essas doenças. A motivação para levar avante este trabalho decorreu, basicamente, da constatação da evidência de que, à semelhança do que se verifica em muitos outros campos da patologia médica, não existem relativamente às doenças da coluna vertebral, indicadores de morbilidade que dêem suporte a programas de tratamento profiláctico ou curativo e ao dimensionamento dos serviços hospitalares aos quais cabe essa missão. A abordagem feita para compreender e quantificar as referidas doenças, inspirou-se no modelo médico baseado no ciclo vital, pertencendo a população alvo à segunda metade do 4º Grupo Etário do referido ciclo. Um universo de 57.000 indivíduos foi estudado a partir de uma amostra aleatória constituída por 1.018 alunos do Ensino Básico, do 5º ao 9º ano de escolaridade, que frequentavam 37 das 85 escolas do Distrito, dispersas por 10 dos seus 13 Concelhos. Os indicadores de morbilidade assim obtidos, sendo inéditos, até onde temos conhecimento, na região e no país, hão-de constituir auxiliar precioso no planeamento das intervenções necessárias para o diagnóstico precoce e para o tratamento das referidas patologias. A metodologia seguida na procura de dados tradutores da morbilidade dos indivíduos e da comunidade é aquela que, em minha opinião, se mostra mais consentânea com o planeamento e a gestão racional dos serviços de saúde e seus recursos, por se basear na evidência epidemiológica.

This dissertation is essentially composed by the description of a research work on epidemiology carried out on the district of Setúbal in the year 2002, which allowed to determine the prevalence of deformations of the spinal column, more precisely, of the idiopathic scoliosis and of the kyphosis, in young people and adolescents, aged between 9 and 15, period of life in which they may develop those diseases. The motivation to carry through this work was mainly based on the observation of evidence: similarly to what happens in many other fields of the medical pathology, and in what concerns the diseases of the spinal column, there are no morbidity rates to support prophylactic or healing treatment programs and to the dimension of hospital services responsible for the accomplishment of this mission. The approach done to understand and quantify the above quoted diseases had its inspiration on the medical example based on the life cycle framework and having as target population the second half of the 4th Age Group of the previous mentioned cycle. The universe of 57.000 individuals was studied from an aleatory sample of 1.018 students of the Comprehensive School, from the 5th to the 9th grades, who attended 37 of the 85 schools of the district, scattered over 10 of its 13 councils. The rates of morbidity thus attained, namely the prevalence of 5,20 % to the scoliosis with an angular value equal or superior to 10º, never observed before as far as we know, in the area and in the country, will be of precious help in planning the necessary intervention in the early diagnosis and to the treatment of the before mentioned pathologies. The methodology used in the search of data that shows the morbidity of the individual and of the community is, in my opinion, the one that is more in accordance with the planning and the rational management of the health services and their resources, due to the fact that it has the epidemiology evidence as basis.