Título
Topofilia antimanicomial: poética do espaço e agitação cinética na reforma psiquiátrica italiana
Autor
Nogueira, Gustavo Cordeiro
Resumo
pt
Esta pesquisa se propõe a investigar a experiência poética do espaço no cuidado Antimanicomial a partir de uma etnografia conduzida no campo das práticas em Saúde Mental do setor público italiano. Compõe-se, inicialmente, de uma análise da literatura historiográfica que delineia a evolução do dispositivo manicomial-asilar até o momento de emergência das iniciativas contestatórias e anti-institucionais do pós-Segunda Guerra, nomeadamente a Reforma Psiquiátrica italiana. Em seguida, uma textualização, de caráter autobiográfico, que, ao lançar mão das vivências da deserção teatral desinstitucional, dá cabo de amplificar dimensões ainda quiçá obscuras de nosso entendimento teórico sobre os modos de intersecção entre a memória, o espaço e a identidade étnica. Problematiza-se, assim, a possibilidade de uma fenomenologia da economia política dos movimentos sociais radicada na ideia de mnemotécnica patrimonial, i.e. os modos de tridimensionalização dos espaços de pertença. Conclusivamente, considera-se o estatuto ontológico da (i)mobilidade na globalização a fim de determinar quais tipos de exigências performativas podem outorgar ou mesmo revogar tais espaços
en
This research aims to investigate the poetics of space in Anti-Asylum care from the standpoint of an ethnography conducted within the Italian Mental Health practices in the public sector. Firstly, it comprises a historiographical literature analysis that traces the evolution of the madhouse-asylum dispositif until the rise of grassroots anti-institutional movements in Post-World War II era, namely the Italian Psychiatric Reform. Secondly, it follows an autobiographical writing that resorts to lived experiences in the deinstitutionalized theatrical desertion as a means to amplify perhaps yet obscure dimensions of our theoretical understanding on the ways memory, space and ethnical identity intersect. Hence, the possibility of a phenomenology of radical social movements’ political economy is problematized, rooted in the idea of a patrimonial mnemonics, i.e. the three-dimensionalisation of spaces of belonging. Conclusively, the ontological statute of (im)mobility within globalization is addressed in order to determine the ways in which performative demands can grant or revoke such spaces