Título
A gestão do risco de câmbio no setor da arquitetura em Portugal
Autor
Reis, Jorge de Vasconcelos Teodósio Nunes dos
Resumo
pt
As crises do sub-prime em 2008 e das dívidas soberanas em 2011 tiveram, embora de forma
diferente, graves consequências um pouco por todo o mundo. Em Portugal, os setores do
imobiliário, da construção e da arquitetura, foram dos mais afetados. Com a forte quebra do
mercado interno, a única solução era a exportação.
Os mercados preferenciais foram desde logo países de língua Portuguesa como Angola,
Moçambique e Brasil, mas também alguns países do Médio Oriente. Estes países têm em
comum as receitas da exportação de petróleo, comumente transacionada em USD. Junta-se a
esta característica o fato de, depois de 2011, a viabilidade do EUR ter sido posta em causa.
Como tal, muitos países preferiram refugiar-se em divisas mais fortes. A consequência prática
para as empresas Portuguesas foi que grande parte das suas exportações passou a ser cobrada
em USD expondo-as assim ao risco de câmbio.
O setor da arquitetura é, em Portugal, composto por pequenas e médias empresas, muitas
vezes sem grande capacidade para recorrer à cobertura de risco. O principal objetivo deste
trabalho foi por isso avaliar a possibilidade de fazer cobertura do risco de câmbio, num setor
concreto, pouco considerado para certos instrumentos financeiros.
Foi assim visto de que modo seria possível fazer cobertura de risco recorrendo aos swaps,
futuros, forwards, opções e ETFs para deste modo tentar perceber se estes instrumentos,
geralmente empregues por grandes empresas, poderiam também ser utilizados em setores
exportadores compostos por pequenas empresas, em particular, pelo setor da arquitetura em
Portugal.
en
The 2008 sub-prime crisis and the 2011 sovereign debt crisis had, although in different ways,
huge consequences around the globe. In Portugal, real estate, construction and architecture
business sectors were among the most affected. With the decrease in the internal market the
only solution was to export.
The markets chosen for that were first Portuguese speaking countries such as Angola,
Mozambique, Brazil, and some countries in the Middle East. What these countries have in
common are the revenues from oil exports, frequently transacted in USD. But beyond that,
after 2011, the viability of the EUR was questioned. As such, many countries preferred
stronger currencies. The consequence of that for Portuguese enterprises was that many of their
exports were now received in USD, creating an exposure to foreign exchange risk.
The architecture business sector in Portugal is formed by small and medium enterprises,
which are frequently unable to do risk hedging. The main objective of this work was to assess
the possibility of foreign exchange hedging in a specific business sector, seldom considered
for certain financial instruments.
This work tried to evaluate risk hedging with swaps, futures, forwards, options and ETFs in
order to understand if these instruments, often used by great multinationals, could also be
used in a business sector of small and medium enterprises, particularly, in the architectural
sector in Portugal.