Título
Hortas urbanas de iniciativa comunitária: Participação e desenvolvimento: Dois casos de estudo
Autor
Santos, Flávia Alexandra Rosa
Resumo
pt
As hortas urbanas de iniciativa comunitária inserem-se, teoricamente, no campo de estudos da
agricultura urbana. A produção de alimentos nas áreas urbanas é um fenómeno em crescente expansão
neste início de século, um pouco por todo o mundo. Através desta actividade, os habitantes da cidade
procuram não só responder às suas necessidades alimentares, mas também a um diversificado conjunto
de problemas sociais, económicos e ambientais.
Neste contexto, as hortas urbanas de iniciativa comunitária distinguem-se de outras formas de
agricultura urbana por serem criadas e posteriormente geridas por colectivos autónomos de indivíduos.
Deste modo, os participantes são os responsáveis por mobilizar os recursos necessários para a criação
da horta e estabelecer os mecanismos que permitem oseu funcionamento.
O presente estudo debruça-se assim sobre dois casosespecíficos de hortas urbanas de iniciativa
comunitária: a Horta do Monte em Lisboa e a Horta Quinta Musas da Fontinha, no Porto. São focados os
vários aspectos da sua constituição e as percepçõesdos seus intervenientes, com o objectivo de
perceber como se manifesta a participação nestas iniciativas.
Conclui-se que, embora o grau de envolvimento dos vários participantes na gestão das iniciativas
seja variável, a participação é um factor central em ambos os projectos. Desta forma, a participação
numa horta comunitária, para além da satisfação dasnecessidades pessoais dos intervenientes,
proporciona a criação de contributos visíveis para o desenvolvimento destes colectivos e das
comunidades em que se encontram inseridos.
en
The study of the community-driven urban gardens is inserted in the field of studies of urban
agriculture. Food production in urban areas is becoming an increasingly widespread phenomenon in this
new century, all over the world. Through this activity, the urban dwellers seek not only to meet theirfood
needs but also address a set of social, economic and environmental problems in urban centers.
In this context, community-driven urban gardens aredistinguished from other forms of urban
agriculture because they are created and subsequently managed by autonomous collectives of
individuals. Thus, participants are responsible formobilizing the resources needed to create the garden
and establishing the mechanisms for its operation.
This study therefore looks at two specific cases ofcommunity-driven urban garden: the Horta do
Monte in Lisbon and the Horta Quinta Musas da Fontinha, in Porto; exploring several aspects of its
constitution and the perceptions of its stakeholders, with the aim of understanding how participation is
manifested in these initiatives.
We conclude that, although the degree of involvement of various stakeholders in the management
of the initiatives is variable, participation is a key factor in both projects. Thus, participation ina community
garden, in addition to meeting the personal needs of stakeholders, creates visible contributions to their
development and the development of the communities in which they are embedded.