Título
Between patriarchal Islam and Islamophobia: a comparison between the emancipation models of Muslim women in Morocco and in France
Autor
Barrière, Lisa Charline
Resumo
pt
Frequentemente apresentado como uma religião misógina, o Islão torna-se hoje vítima do extremismo e da mediação negativa, levando a que se acredite que a religião se opõe aos valores e princípios humanistas. Desde décadas, as mulheres muçulmanas têm vindo a lutar pela sua emancipação e também contra a opressão de género sentida em vários países muçulmanos. O feminismo islâmico pode parecer antagônico, no entanto, o movimento tem estado muito presente no Médio Oriente e no resto do mundo durante anos, com o objetivo de emancipar as mulheres com base numa interpretação diferente dos ensinamentos do Alcorão. Ainda assim, o feminismo islâmico não parece progredir identicamente nos estados teocráticos e nos estados seculares. A verdade é que existem vários fatores num país, como a cultura, a educação e a política, que parecem estar a impactar o modelo de emancipação das mulheres muçulmanas. Este debate parece ser extremamente desafiador por diferentes motivos. Numa primeira observação, é possível apontar a relação entre género e religião, tanto em países seculares como religiosos. Um segundo motivo prende-se com certos valores contra o feminismo que estão fortemente ancorados na política dos países muçulmanos. E como último apontamento: pelo contrário, devido a uma rejeição da própria religião em alguns países seculares como França. Esta tese tem como objetivo mostrar as relações entre género e religião no discurso feminista e, em particular, no feminismo islâmico, levando em conta o conceito de interseccionalidade. O objetivo também é demonstrar como o modelo de emancipação das mulheres muçulmanas pode diferir dependendo do seu ambiente específico, tomando os exemplos de Marrocos e França.
en
Often presented as a misogynist religion, Islam has nowadays become the victim of extremism and negative mediatisation, providing an image of the religion that is against many humanist values and principles. Since decades, Muslim women are fighting for their emancipation, and against the gender oppression they are suffering from in various Muslim countries. Islamic feminism can seem antagonistic and yet, the movement is very present in the Middle East and in the world for years, aiming to emancipate women based on a different interpretation of the Quranic teachings. However, Islamic feminism does not seem to progress identically in theocratic states and in secular states. Indeed, there are several factors in a country, such as culture, education, and politics, which seem to be impacting the emancipation model of Muslim women. This debate seems to be extremely challenging to lead for different reasons. First of all, due to the relationship between gender and religion, both in secular and religious countries. Secondly, due to certain values against feminism that are very strongly anchored in Muslim countries’ politics. And thirdly, on the contrary, due to a rejection of the religion itself in certain secular countries, such as in France. This thesis aims to show the relationships between gender and religion in the feminist discourse and, in particular, within Islamic feminism, taking into account the concept of intersectionality. The objective is also to demonstrate how the emancipation model of Muslim women can differ depending on their specific environment, taking the examples of Morocco and France.