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Investigação • 05 jul 2018
Aquecimento global: menos (consumo) é mais (qualidade de vida)!
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Nuno Bento

É possível, até 2050, reduzir em 40% o consumo energético mundial e atingir a meta do Acordo de Paris de limitar a 1,5ºC o aumento da temperatura média mundial, concluiu um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores - coordenada por Arnulf Grübler e Charlie Wilson do IIASA - da qual faz parte Nuno Bento, investigador no DINÂMIA’CET-IUL. Tudo através de um esforço global de eficiência energética e da prossecução de tendências emergentes de mudança nos hábitos quotidianos de todos nós.

Na teoria, o cenário de baixa exigência energética (LED – Low Energy Demand) diz-nos que a tendência histórica de aumento do consumo de energia pode ser alterada e reeducada para a sustentabilidade. Neste estudo, recentemente publicado na revista Nature Energy, sublinha-se que esta mudança pode limitar o aquecimento global a 1,5ºC, apesar de um aumento de atividade na indústria e de uma recuperação do nível de vida nos países do Sul face aos países do Norte. Esta divisão focaliza a atenção em quatro utilizações finais da energia (conforto térmico, bens de consumo, mobilidade, alimentação) e cinco sectores (edificado público e comercial, indústria, transporte de carga, internacional aéreo e marítimo).

Os decisores políticos desempenham um papel importante através da implementação de medidas estratégicas como: normas de eficiência energética mais apertadas para a construção e bens de consumo; políticas de inovação continuadas e coerentes com a lógica de sobriedade e eficiência; abertura ao desenvolvimento de novos modelos de negócio, designadamente baseados na digitalização e provisão descentralizada de serviços, de modo a levantar os obstáculos que possam desacelerar a mudança estrutural.    

Parece um cenário utópico, mas Nuno Bento sublinha como a análise realizada permite projetar esta mudança a médio/longo prazo: “através da disseminação de tecnologias disponíveis e da potenciação de tendências emergentes relativas a mudanças comportamentais”. E acrescenta: “desta forma, é possível assegurar padrões elevados de qualidade de vida nos países do Norte e reduzir assimetrias nos países do Sul. Este estudo é verdadeiramente inovador na medida em que mostra como o desafio climático pode transformar-se numa oportunidade para as próximas gerações, estejam as políticas públicas alinhadas e coerentes”.

Para saber mais consulte o artigo aqui.

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