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O Iscte atribuiu ao historiador José Pacheco Pereira, ao ex-ministro António Correia de Campos e ao arquiteto Nuno Portas doutoramentos 'honoris causa', numa cerimónia encerrada pelo Presidente da República
O Iscte - Instituto Universitário de Lisboa atribuiu três Doutoramentos Honoris Causa. Além de assinalar o 48.º aniversário do Iscte, foram atribuídos nesta cerimónia os títulos de doutores 'honoris causa' a José Pacheco Pereira, António Correia de Campos e Nuno Portas.
O evento contou com a presença de cerca de duas centenas de pessoas, entre elas, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues e vários membros do Governo. A cerimónia foi transmitida pelos diversos canais digitais do Instituto Universitário permitindo a todos os interessados acompanhar os discursos dos agraciados.
Na abertura, a reitora, Maria de Lurdes Rodrigues, justificou a atribuição do título aos doutorados pelos seus “serviços pelo bem comum” que são “parte da memória que se deve prolongar”.
O primeiro homenageado foi o arquiteto e ex-secretário de Estado da Habitação e Urbanismo nos três primeiros governos provisórios após o 25 de Abril, Nuno Portas, pai do político centrista Paulo Portas, que esteve na cerimónia em sua representação, por motivo de doença. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu ao arquiteto Nuno Portas "pela vida de génio na arquitetura, na habitação, no urbanismo, no magistério, na formação, na intervenção social, na militância comunitária, na capacidade singular de recriar espaços, tempos e modos, tudo interligado ao serviço de Portugal". Num momento de profunda emoção e simbolismo, Paulo Portas recebeu as insígnias e o diploma atribuídos ao arquiteto relembrando o pai como "um homem inteiramente livre", "um nómada do urbanismo", que "escolheu um caminho difícil, mas fê-lo".
O ex-ministro da Saúde e ex-presidente do Conselho Económico e Social, António Correia de Campos, foi também homenageado e no seu discurso considerou que a sua vida "foi sempre guiada pelo serviço público". Sobre o antigo ministro da Saúde António Correia de Campos, o chefe de Estado disse que teve "uma vida de exemplar devoção à causa púbica, na educação, na saúde, na modernização administrativa, nas políticas públicas, na pesquisa, na docência, na entrega constante à proclamação e efetivação de valores coletivos, também ao serviço de Portugal".
Por último, o historiador, analista político e ex-dirigente do PSD, José Pacheco Pereira, subiu ao púlpito para agradecer a distinção, lembrando que "a História não é fácil" mas que um dos objetivos do seu arquivo Ephemera é precisamente o de "abarcar a história grande a história pequena" numa "tentativa de criar um contínuo". Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o historiador e antigo deputado e eurodeputado do PSD José Pacheco Pereira por "uma vida de excelência na história, nas ciências sociais em geral, na biografia monumental, na pedagogia, na inteligência analítica, no combate mediático e político como um todo, pela liberdade e democracia" e destacou o seu contributo para o enriquecimento do património cultural - através do arquivo e biblioteca Ephemera - "também e ainda ao serviço de Portugal".
A cerimónia culminou com o chefe de Estado a atribuir o título honorário da Ordem da Instrução Pública ao Iscte – Instituto Universitário de Lisboa "por estes 48 anos de afirmação singular no mundo universitário e, por essa via, na sociedade portuguesa”.
Livro com a reprodução integral dos discursos e imagens do evento