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Institucional • 28 fev 2022
Ricardo Paes Mamede será o diretor da nova escola do Iscte

Especializada em tecnologias digitais, a Escola Iscte-Sintra será a quinta unidade desta universidade

Ricardo Paes Mamede será o diretor da Iscte-Sintra, a nova escola de investigação e ensino de tecnologias digitais que o Iscte – Instituto Universitário de Lisboa irá abrir no centro da vila histórica no próximo mês de setembro. Esta quinta escola do Iscte junta-se às quatro sedeadas em Lisboa, em Entrecampos – Sociologia e Políticas Públicas, Business School, Ciências Sociais e Humanas, Tecnologias e Arquitetura – e irá oferecer vários cursos de licenciatura em tecnologias digitais, um curso de Matemática Aplicada às Tecnologias Digitais e outro de Política, Economia e Sociedade.

“O mundo encontra-se em transformação devido às novas tecnologias digitais que estão a alterar profundamente o modo como vivemos, como consumimos, como produzimos, como comunicamos, como investimos, como aprendemos e como nos divertimos”, afirma Ricardo Paes Mamede, professor de Economia Política no Iscte. Segundo o diretor da Escola Iscte-Sintra, “estas mudanças exigem competências em domínios tecnológicos como a inteligência artificial, a cibersegurança, a robótica, o desenvolvimento de software e de aplicações, mas também o cruzamento com outras áreas do saber, como as ciências sociais: a Iscte-Sintra irá apostar num ensino orientado para a resolução de problemas, em estreita articulação com os empregadores e com os desafios sociais do território em que se insere”.

A Escola Iscte-Sintra vai assumir também outro tipo de desafios. “Queremos atrair mais mulheres para os cursos de tecnologia, desmistificando a ideia de que se trata de uma área a que só os homens se dedicam”, afirma Ricardo Paes Mamede.

O Iscrte já tem um terreno na vila de Sintra, cedido pelo Município, para a construção de um edifício de raiz que irá acolher a nova escola universitária na Portela de Sintra, a cinco minutos a pé da estação dos comboios de ligação a Lisboa. A construção do primeiro estabelecimento universitário do Iscte fora da capital será concretizada no âmbito de uma parceria com a Câmara de Sintra, presidida por Basílio Horta, a qual prevê o apoio às despesas de desenvolvimento do projeto. A partir de 2026, o Iscte prevê acolher cerca de 3.000 estudantes no seu novo polo.

Entretanto, os cursos de licenciatura com que a escola irá arrancar em setembro de 2022 começarão por funcionar num edifício no centro de Sintra, entre o Centro Cultural Olga Cadaval e a Biblioteca Municipal. O Iscte irá promover o alargamento dos apoios sociais para estudantes carenciados, assim como de lugares em residências universitárias que permitam reduzir os custos de frequência. Haverá igualmente bolsas de mérito para os melhores estudantes.

“Aproximar o ensino, a atividade económica e o tecido social”

Para a reitora do Iscte, Maria de Lurdes Rodrigues, a concretização de uma escola universitária especializada em tecnologias digitais aplicadas colmatará uma falha na oferta curricular de nível superior em todo o país, no qual faltam cursos dirigidos às novas procuras no âmbito digital. “A primeira oferta formativa da Escola Iscte-Sintra serão 11 cursos de licenciaturas com caráter multidisciplinar, interligando as tecnologias digitais com diferentes áreas e sectores de aplicação: a arte, o património, a educação e formação, a gestão, a saúde, a indústria e serviços, incluindo ainda inteligência artificial, desenvolvimento de software e cibersegurança”, afirma a reitora do Iscte. Estes cursos estão em fase final de aprovação pela A3Es, a agência de avaliação e acreditação do ensino superior em Portugal.

Para Maria de Lurdes Rodrigues, a localização da nova escola Iscte em Sintra irá aumentar as oportunidades de formação e de carreira profissional dos jovens do concelho e dos municípios circundantes. “Haverá uma aproximação entre o ensino, a atividade económica e o tecido social da região”, afirma Maria de Lurdes Rodrigues. “O Iscte está empenhado em aumentar o nível de qualificação dos portugueses em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), uma área que foi identificada como prioritária ao nível europeu e nacional, dados os desafios da transição digital que enfrentam as empresas e as entidades públicas e as dificuldades que estas enfrentam para recrutar os profissionais de que precisam”. Segundo a reitora,”faz parte da estratégia do Iscte responder em tempo útil às necessidades da sociedade e às solicitações de empresas e de entidades públicas”.

Combinar conhecimentos tecnológicos e das ciências sociais

Ao aumentar o número de jovens e adultos com formação superior em tecnologias digitais, o projeto da Escola Iscte-Sintra pretende contribuir para a competitividade das empresas e para o desenvolvimento da economia portuguesa, aumentando a empregabilidade de jovens e de adultos diplomados nestas áreas.

“O domínio das novas tecnologias digitais não exige apenas conhecimentos tecnológicos”, afirma Ricardo Paes Mamede. “Para que as novas soluções tecnológicas sejam úteis e eticamente responsáveis, é preciso que quem as desenvolve, implementa e utiliza seja capaz de compreender as pessoas, as organizações, as economias e as sociedades”. Por isso, afirma, “o ensino de tecnologias tem de combinar conhecimentos tecnológicos e das ciências sociais”.

Para o diretor da nova escola, “o Iscte é a universidade pública portuguesa em melhores condições para fazer esta combinação: desde a sua origem, o Iscte apostou no cruzamento de áreas de saber tão distintas como a Gestão, a Sociologia, as Tecnologias de Informação, a Economia, a Arquitectura, a Ciência Política ou a Antropologia”. O Iscte é uma das universidades do país que mais tem apostado na inovação pedagógica, cruzando diferentes áreas de saber. No domínio tecnológico, criou há três anos a primeira licenciatura do país em Ciência de Dados, a qual tem esgotado sucessivamente todas as vagas na primeira fase de acesso ao ensino superior com alunos com notas cada vez mais altas.

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