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Direito de Resposta no Público (22 abr 22)
Lisboa, 20 de abril de 2022
Exmo. Sr. Diretor do Público
Dr. Manuel Carvalho,
Na sequência da publicação no jornal que Vexa dirige de uma notícia envolvendo o meu nome, solicito-lhe, ao abrigo do Direito de Resposta, a publicação do seguinte texto:
Em violação do Código Deontológico dos Jornalistas e do seu Livro de Estilo, o Público não me ouviu antes de publicar a notícia em que me atribui a recusa de projetos que não me foram colocados para aprovação. Ora, ouvir os visados e citar o que eles dizem é a primeira obrigação ética e deontológica dos jornalistas.
Se tivesse tido a oportunidade de ser ouvido, teria dito o seguinte:
- No Orçamento do Estado de 2017 foi criado uma dotação centralizada para financiar entidades da administração central com dificuldades em executar projetos com fundos europeus devido a necessidades adicionais de contrapartida pública nacional.
- Ao longo dos últimos anos várias entidades foram financiadas em diferentes áreas, nomeadamente na Educação e Ciência, na Agricultura, Saúde, na Presidência do Conselho de Ministros, na Administração Interna entre outras, nos termos em que a lei prevê.
- No que se refere à área da Educação e Ciência, foi financiada a contrapartida pública nacional de projetos de construção e renovação de muitas dezenas de escolas. Em relação às universidades, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) apenas submeteu um único projeto, o do Iscte, para financiamento no âmbito desta dotação. Tal poderá ser explicado pelo facto desta instituição se situar numa região onde o peso do financiamento comunitário é mais reduzido. Este processo obteve aprovação da respetiva tutela, o MCTES. O processo foi instruído pelo IGEEFE e obteve parecer positivo da DGO e aprovação do Ministério do Planeamento e da Secretaria de Estado do Orçamento, nos termos que decorrem da lei. Enquanto Ministro das Finanças não tive qualquer intervenção nesta decisão de financiamento.
- No que se refere aos institutos Politécnicos, apenas houve um outro processo no âmbito desta dotação referente a três institutos Politécnicos. Este processo não obteve parecer positivo dos serviços, não cumprindo os requisitos para atribuição de financiamento por esta via. No entanto, refira-se que estes três institutos Politécnicos obtiveram reforços extraordinários superiores a 16 milhões de euros desde 2016.
Os melhores cumprimentos,
João Leão
Vice-reitor do Iscte