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Investigação • 19 out 2022
Alunas do Iscte distinguidas como “Novos Talentos”

Ana Wende, do mestrado em Serviço Social, Sofia Dias, do mestrado em Acção Humanitária e Constança Megre, da licenciatura em Antropologia - todas estudantes no Iscte - foram selecionadas pela Fundação Gulbenkian como “Novos Talentos”.

As alunas concorreram a um programa de bolsas da Fundação que, este ano ,abriu candidaturas também para a área das Ciências Humanas e Sociais. As bolsas Gulbenkian Novos Talentos “apoiam anualmente estudantes excecionais no ensino superior português, promovendo o seu talento e estimulando a iniciação à investigação.” Assim, além de uma ajuda para pagamento das propinas, as estudantes receberão apoio para “atividades consideradas relevantes na promoção do desenvolvimento do talento do bolseiro”, seja a aquisição de livros, viagens para trabalho de campo, participação em congressos, etc.

Ao serem “novos talentos” devem também desenvolver um trabalho de investigação sob orientação de um tutor que escolhem e beneficiarão de apoio através de workshops que a própria Fundação promove e que permitem troca de experiências entre todos, por áreas de investigação.

 

Para a Constança Megre ter-se candidatado a este concurso da Gulbenkian no início de setembro tem-na mantido expectante sobre os resultados. “Fartei-me de chorar quando soube que tinha sido selecionada!”. Aos 22 anos, e no 2.º ano da licenciatura em Antropologia do Iscte – o único curso que se candidatou, como sublinha - Constança diz que a bolsa novos talentos trouxe-lhe a vantagem de poder estudar sem ter de arranjar um trabalho; vai também dar-lhe a possibilidade de “ingressar num programa de excelência que vai elevar o nível“ das suas aprendizagens.  A jovem já tem um esboço de ideia do trabalho que quer desenvolver no âmbito dos “Novos talentos”: estudar o folclore e outras manifestações da cultura popular da Europa do Sul, para perceber como é que são formatadas pelo patriarcado. E está também feliz porque, finalmente, com o apoio desta bolsa, vai poder aprender francês, o que a ajudará na pesquisa bibliográfica que terá de fazer.

 

Sofia Dias, 21 anos, aluna do primeiro ano do mestrado em Ação Humanitária do Iscte, onde se licenciou em Gestão de Recursos Humanos, já quase se tinha esquecido da candidatura que fizera ao prémio “Novos Talentos” quando recebeu a notícia de que fora distinguida. Apostada em investir a gestão de pessoas no âmbito das organizações que desenvolvem ação humanitária, Sofia esteve, logo depois de preencher a candidatura, como voluntária no Quénia “na maior favela de Africa, a trabalhar com crianças”. Nunca mais pensou no assunto “Novos Talentos”. Foi, pois, com surpresa e excitação que recebeu a notícia de ter sido contemplada. Sabe que além do auxílio às propinas, o apoio monetário vai permitir-lhe conhecer outras áreas de investigação, também graças aos workshops previstos para pôr em contacto os jovens talentos das ciências sociais.

De um total de 70 bolsas atribuídas nesta edição, num total de mais de 400 candidaturas, quinze bolsas destinaram-se a estudantes das ciências sociais. Sofia ainda não tem ideia do projeto que irá desenvolver, mas espera incorpora-lo no seu projeto de tese de mestrado. Mostra-se muito contente com este “apoio extra para iniciativas que enriqueçam o seu percurso académico e profissional”. O seu foco mantém-se no estudo da “saúde e bem-estar dos recursos humanos das organizações não governamentais que atuam em ações humanitárias” só que agora vai faze-lo mais amparada, com uma tutora e uma comissão científica.

 

Finalmente, Ana Wende foi a (nossa) terceira contemplada com a bolsa “novos talentos” quando já tinha perdido essa esperança. Sente que ainda não está em si com a surpresa de ter sido repescada nos novos talentos, até porque gostaria de fazer carreira na investigação. Ana Wende licenciou-se em “Sociologia, Estudos de Género e Diversidade”, curso ministrado em inglês na Alemanha, para onde os pais emigraram. Retornou a Portugal sozinha, durante a pandemia, para elaborar a tese de licenciatura e depois prosseguir no Mestrado em Serviço Social no Iscte, “o único cujo programa agradou”, confessa.

Tem 24 anos e houve um tempo em que hesitou entre a Psicologia e a Sociologia; porém, a preocupação com aqueles “que vivem nas margens” fê-la escolher esta área de mestrado e enveredar por temáticas de investigação que andarão em torno de “desigualdades e exclusão social, de mulheres, em bairros sociais”. Está expectante nesta nova fase e “muito feliz”.

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