Título
Portuguese banks capital adjustment
Autor
Amaro, Manuel João Pedro
Resumo
pt
A crise financeira de 2007-08, a crise da dívida soberana iniciada no final de 2009 e o programa de
assistência financeira em 2011-2014 reforçaram a necessidade de um sistema bancário mais
capitalizado. Para este efeito, as reformas de Basileia III foram adotadas na UE e começaram a vigorar
em Portugal em 2014. Este pacote regulamentar impôs aos bancos requisitos de capital mais exigentes.
O estudo pretende investigar as estratégias e ajustamentos seguidos entre 2010 e 2018 pelos seis
bancos portugueses mais significativos de forma a cumprir os novos requisitos regulamentares. Para
alcançar rácios de capital mais elevados, as instituições ajustaram os seus modelos de negócios, carteiras
e estrutura de balanço. Neste sentido, a análise incide sobre a evolução dos vários elementos que
constituem o capital regulamentar e os ativos ponderados pelo risco e os seus impactos no rácio de
fundos próprios totais dos bancos portugueses.
Os resultados do estudo apontam no sentido de que a maioria das instituições realizou um
ajustamento nomeadamente através da redução dos ativos ponderados pelo risco. Por um lado, esta
redução derivou do decréscimo global dos ativos, sendo o fator mais determinante no aumento do rácio
de fundos próprios. Por outro lado, a redução progressiva no ponderador de risco médio teve uma
contribuição significativa para melhorar a adequação de capital das instituições. A componente do
capital contribuiu negativamente para a evolução do rácio de fundos próprios, sobretudo devido à baixa
rendibilidade do setor bancário português. No entanto, as alterações no capital regulatório
desempenharam um papel secundário.
en
The financial crisis in 2007-08, the European debt crisis, which started in late 2009 and the 2011-14
financial assistance program reinforced the need towards a more capitalized banking system. To this
end, the Basel III reforms were adopted in the EU and started to take effect in Portugal in 2014. This
regulatory package imposed on banks more demanding capital requirements.
The study intends to investigate the strategies and adjustments carried out between 2010 and 2018
for the six most significant Portuguese banks in order to meet the new regulatory requirements. In order
to achieve higher capital ratios, institutions adjusted their business models, portfolios and balance sheet
structure. In this sense, the analysis focuses on the evolution of the various elements that make up
regulatory capital and risk-weighted assets and their impact on the capital adequacy ratio of Portuguese
banks.
The results of the study point out that most institutions adjusted mainly through the reduction of
RWAs. On the one hand, this reduction in RWAs derived from the global reduction in assets, being the
most determining factor in CARs increase. On the other hand, the progressive reduction in the average
risk-weight had a significant contribution to improve banks’ capital adequacy. The capital component
contributed negatively to the evolution of the CAR, mainly due to the low profitability of the Portuguese
banking sector. However, the change in regulatory capital played a secondary role.