Teses e dissertações

Mestrado
Estudos do Ambiente e da Sustentabilidade
Título

Sobreviver ao antropoceno: análise crítica às estratégias europeia e portuguesa de adaptação às alterações climáticas

Autor
Ferreira, Filipe André Sousa
Resumo
pt
As alterações climáticas imperam e o funcionamento do Sistema Terra encontra-se hoje de tal modo alterado que a literatura indica que estamos a viver no Antropoceno. Nesta recente época geológica, a ação antropogénica é o vetor predominante de uma mudança global sem precedentes, onde as estáveis condições ecológicas de outrora deixaram de estar acessíveis em virtude da contínua transformação do Sistema Terra. Este estado não analógico insta à reflexão e à mudança. Atentamos que, para que o planeta continue a sustentar vida (humana e não humana), compete às sociedades adaptarem-se a este complexo cenário planetário. Para tal, consideramos que a atual conduta institucional e antigos conceitos ontológicos e paradigmáticos devem ser repensados e a gestão e planificação de ações de adaptação, priorizadas. A investigação desenvolvida evidencia que uma abordagem adaptativa e ecologicamente reflexiva permite estabelecer uma conexão com as imprevisíveis flutuações do Sistema Terra, considerando o valor do não humano e as interações entre os sistemas sócio-ecológicos. Em função dos pressupostos desta abordagem, procuramos escrutinar a eficácia das atuais práticas de adaptação, executando uma análise crítica às estratégias de adaptação às alterações climáticas da União Europeia e de Portugal. Incidimos, principalmente, sobre a sua flexibilidade e dinâmica de resposta para avaliar o seu funcionamento e posicionamento sob o panorama do Antropoceno. Deste modo, concluímos que as estratégias refletem inadequadamente a atual realidade planetária, limitando-se a fornecer uma visão estática da problemática ecológica e perpetuando uma trajetória de business-as-usual, numa época que reivindica uma rutura do status quo.
en
Climate change prevails, and the functioning of the Earth System is now so altered that literature suggests that we are living in the Anthropocene. In this recent geological epoch, anthropogenic action is the predominant driver of unprecedented global change, where formerly stable ecological conditions are no longer attainable as a result of the continuous transformation of the Earth System. This nonanalogue state invites reflection and change. We argue that for the planet to continue to sustain (human and non-human) life, it falls on societies to adapt to this complex planetary scenario. To this end, we find that current institutional conduct and antiquated ontological and paradigmatic concepts must be rethought, and the management and planning of adaptation actions, prioritized. The developed research emphasizes that an adaptive and ecologically reflexive approach, allows the establishment of a connection with the unpredictable Earth System fluctuations, while regarding the non-human value and the interactions between the social-ecological systems. Following the premises of this approach, we seek to scrutinize the effectiveness of current adaptation practices, conducting a critical analysis of both the European Union and Portugal's climate change adaptation strategies. We focus primarily on their flexibility and their dynamic responsiveness to assess their performance and positioning under the Anthropocene panorama. Accordingly, we conclude that the strategies inappropriately reflect the current planetary reality, merely providing a static view of the ecological issues while perpetuating a businessas-usual path in an epoch that demands a rupture from the status quo.

Data

01-mar-2021

Palavras-chave

Portugal
União Europeia
European Union
Climate change adaptation
Anthropocene
Antropoceno
Adaptação às alterações climáticas
Gestão adaptativa
Reflexividade ecológica
Adaptive management
Ecological reflexivity

Acesso

Acesso livre

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