Este estudo é sobre os profissionais de cuidados a crianças nas organizações sociais de acolhimento residencial, que nos últimos anos têm sido confrontados com profundas mudanças e exigências de melhoria do seu papel educativo e terapêutico. O contexto de trabalho diferenciado, das organizações onde trabalham, influencia a sua vida pessoal e familiar e consequentemente a sua permanência no trabalho. Baseando-se na perceção que os cuidadores têm sobre o contexto institucional e as condições de trabalho, tem como objetivo compreender e identificar os fatores relevantes para o comprometimento organizacional e turnover. A pesquisa deste estudo é de natureza qualitativa e exploratória, incidindo numa amostra recolhida em oito Organizações Sociais de Acolhimento residencial, da zona de Lisboa, utilizando a técnica da entrevista e a análise do seu conteúdo. Os resultados indicam à luz da teoria do Comprometimento Organizacional de Meyer e Allen (1991, 1997) que a dimensão de comprometimento mais evidenciada é a afetiva. Os cuidadores identificam como principal motivo de permanência o vínculo afetivo com as crianças (utentes), atribuindo um significado de missão ao seu trabalho. Nas causas do turnover, as condições de trabalho influenciam a intenção de saída, sendo as categorias mais associadas aos fatores organizacionais (salário, horários e cansaço) e menos aos fatores individuais (equilíbrio emocional, desenvolvimento da carreira). Existe uma relação entre o comprometimento organizacional e a retenção dos cuidadores, ou seja, fatores como o vínculo afetivo com as crianças e colegas, a identificação à organização e acomodação, são determinantes na permanência dos trabalhadores.

This study is about childcare professionals in social residential care organizations. which in recent years have been faced with profound changes and demands for improvement in their educational and therapeutic role. The differentiated work context of the Organizations where they work influences their personal and family life and consequently their permanence at work. Based on the perception that caregivers have about the institutional context and working conditions, it aims to understand and identify the relevant factors for organizational commitment and turnover. The research in this study is qualitative and exploratory in nature, focusing on a sample collected in eight different Social Organizations of residential childcare in the Lisbon area, using the interview and content analysis. The results indicate, considering Meyer and Allen's Organizational Commitment theory (1991, 1997), that the most evident dimension of commitment is the affective one, caregivers identify as the main reason for permanence, the affective bond with the children (users), attributing a mission meaning to their work. In the causes of turnover, working conditions influence the intention to leave (turnover) and the categories are associated more with organizational factors (salary, hours and fatigue) and less with individual factors (emotional balance, career development). There is a relationship between organizational commitment and the retention of caregivers, that is, factors such as the affective bond with children and colleagues, identification with the organization, need or accommodation are determinant in the permanence of workers.