Título
A geopolítica da Lusofonia na 2.ª Guerra Mundial: Portugal e Brasil entre a neutralidade e a beligerância
Autor
Queiroz, Carlos Eduardo Gomes de
Resumo
pt
A II Guerra Mundial teve como teatros de operações, no período de 1939 a 1945, o Continente Europeu e o Oceano Atlântico, dentre outros. Os aspetos geográficos dos países abarcados podiam contribuir enormemente para os esforços de guerra dos contendores, de
forma que eram fundamentais para as decisões políticas dos líderes nacionais, nomeadamente, dos Estados Unidos da América, da Grã-Bretanha e da Alemanha. A guerra foi encontrar Portugal e Brasil sob governos ditatoriais, ambos autointitulados como Estado Novo, que se perceberam envolvidos nesses interesses geopolíticos e que, por conseguinte, reagiram aos estímulos das nações em litígio. O Objetivo Central desta investigação é
analisar a evolução das Políticas Externa e de Defesa de Salazar e de Vargas, tendo como cenário o Teatro de Operações do Atlântico, em decorrência do jogo de interesses geopolíticos dos líderes das forças aliadas e do Eixo nos fatores geográficos continentais e insulares de Portugal e de Brasil, o qual foi determinante para que os ditadores dos Países Lusófonos escolhessem deliberadamente a neutralidade portuguesa e a beligerância brasileira, tudo com a finalidade de trazer vantagens aos países por eles liderados e de manutenção e sobrevivência dos próprios Estados Novos, de forma a concretizar uma lusofonia nessas políticas e decisões. Assim, esta investigação teve como cerne uma análise comparativa das Relações Internacionais dos dois líderes lusófonos, mediante uma revisão bibliográfica e pesquisa primária nos discursos e pensamentos geopolíticos de Salazar e de Vargas, nas quais os aspetos históricos contextuais mais relevantes a este trabalho serão expostos e serão indicados os caminhos trilhados por ambos os ditadores no período. Por meio de uma pesquisa circunscrita aos principais autores e fontes primárias fundamentais, tanto portuguesas como brasileiras, poderão ser verificados os momentos em que as Políticas Externas e de Defesa Portuguesas perfeitamente alinharam-se à declarada
neutralidade e, por algum momento, distanciaram-se, quase a se aproximarem de situações de beligerância, e que as Brasileiras levou um país neutro à guerra na Itália, em face às Relações Internacionais dos dois países lusófonos com os Aliados e com a Alemanha.
en
The World War II had theaters of operations, from 1939 to 1945, the European Continent and the Atlantic Ocean, among others. The geographical aspects of the countries covered could greatly contribute to the war efforts of the contenders, so they were central to the political decisions of the national leaders, namely the United States of America, England, and Germany. The war was to find Portugal and Brazil under dictatorial governments, both selfdenominated as Estado Novo, that realized themselves involved in these geopolitical interests and that, therefore, reacted to the stimuli of the nations in litigation. The central objective of this investigation is to analyze the evolution of the Foreign and Defense Policies of Salazar and Vargas, taking as a scenario the Theater of Operations of the Atlantic due to the geopolitical interests of the leaders of allied forces and the Axis in continental geographical factors and islands of Portugal and Brazil, which was decisive for the dictators of Portuguese-speaking countries to deliberately choose Portuguese neutrality and Brazilian belligerence, all with the purpose of bringing advantages to the countries they led and of
maintaining and surviving the New States themselves , in order to concretize a lusophony in these policies and decisions. This research was based on a comparative analysis of the International Relations of the two lusophone leaders, through a bibliographical review and primary research in the speeches and geopolitical thoughts of Salazar and Vargas, in which the contextual historical aspects more relevant to this work will be exposed and will be indicated the paths taken by both dictators in the period. By means of a search circumscribed to the main authors and primary sources, both Portuguese and Brazilian, the moments in which the Portuguese External and Defense Policies perfectly aligned themselves with the declared neutrality and, for some time, were distanced, almost to approach situations of belligerence, and that the Brazilians led a neutral country to the war in Italy, in the face of International Relations of the two Portuguese-speaking countries with the Allies and with Germany.