Título
A comunicação entre o cidadão migrante e as instituições de saúde em Portugal
Autor
Chermiti, Yasminne Ramalho
Resumo
pt
O objetivo deste estudo foi compreender como é estabelecida a comunicação entre os cidadãos
migrantes e as instituições de saúde em Portugal. Para tal, foi desenvolvido um estudo compreensivo
interpretativo com base em dois blocos temáticos: acesso aos cuidados de saúde primários e questões
da língua e integração sociocultural. Foi possível verificar que os cidadãos migrantes sentem a
existência de limitações no acesso aos cuidados, desde a questão da barreira linguística, até aos longos
tempos de espera e dificuldade em agendar consultas com Médicos Especialistas. Os profissionais de
saúde consideram igualmente que existem alguns constrangimentos, desde a carência de recursos
humanos especializados, falta de infraestruturas e incentivos por parte do Sistema Nacional de Saúde.
Algumas sugestões de melhoria apresentadas consistiram em aumentar o volume de horas dedicado
ao atendimento em cuidados de saúde primários no Centro de Acolhimento para Refugiados, investir
em recursos humanos com formação específica, em infraestruturas mais inclusivas e em intérpretes
para facilitar a comunicação ao longo de todo o processo de acesso aos cuidados de saúde.
en
The goal of this study was to understand how communication is established between migrant citizens
and health care institutions in Portugal. To this end, a comprehensive interpretive study was developed
based on two thematic blocks: access to primary health care and language issues and sociocultural
integration. It was possible to verify that the interviewed citizens refer that they feel there are
limitations in access to care, from the language barrier issue to the long waiting times and difficulty in
scheduling appointments with Specialists. Health professionals also consider that there are some
constraints, from the lack of specialized human resources, until lack of infrastructure and incentives
from the National Health System. Some suggestions for improvement were to increase the number of
hours dedicated to primary health care in the Refugee Reception Center, to invest in human resources
with specific training, in more inclusive infrastructures and in interpreters to facilitate communication
throughout the whole process of access to health care.