A igualdade de género e a abordagem de suficiência, definida como a redução absoluta do consumo, são elementos cruciais na ação climática. No entanto, os estudos indicam que a implementação da suficiência a nível micro pode prejudicar a igualdade de género ao responsabilizar as mulheres pela mudança de comportamento devido à persistência dos papéis de género. Até agora, a relação entre o papel de género das mulheres e o seu impacto climático não foi objeto de análise, razão pela qual esta tese teve como objetivo identificar se a divisão de tarefas baseada no género na esfera privada está associada a uma maior pegada de carbono nas mulheres. Por conseguinte, os dados de arquivo representativos da Dinamarca (N=767), Alemanha (N=762) e Itália (N=741), provenientes de um estudo de inquérito transversal realizado pelo projeto de investigação FULFILL, financiado pela UE, foram analisados utilizando modelos de regressão linear múltipla hierárquica específicos de cada país, no âmbito de uma abordagem intracategorial. Os resultados não apoiam a relação presumida entre a pegada de carbono das mulheres e os papéis de género, que foram captados na divisão das responsabilidades domésticas no agregado familiar, no nível de obrigações de cuidados e na situação de emprego. Também não foram confirmados os efeitos de moderação entre as responsabilidades domésticas e as obrigações de cuidados, o trabalho remunerado e a tecnologização do agregado familiar. No entanto, os efeitos das variáveis de controlo, urbanização e rendimento, foram significativos. Discute-se o seu potencial para encobrir os efeitos do papel do género nas emissões de carbono. Embora este estudo não confirme as hipóteses, é provável que o aumento da suficiência tenha um impacto nos estilos de vida individuais, que são inerentemente ligados ao género. Por conseguinte, é necessária mais investigação para compreender melhor o papel do género nas pegadas de carbono e fazer recomendações de políticas climáticas justas em termos de género.

Gender equality and the sufficiency approach, defined as the absolute reduction of consumption, are crucial elements in climate action. However, studies indicate that implementing sufficiency on the micro-level may harm gender equality by making women responsible for behavioral change due to the persistence of gender roles. So far, the relationship between women’s gender role and their climate impact has not been subject to analysis, which is why this thesis aimed to identify whether gender-based task splitting in the private sphere is associated with a higher carbon footprint in women. Therefore, representative archival data from Denmark (N=767), Germany (N=762), and Italy (N=741), which originated from a cross-sectional survey study performed by the EU-funded research project FULFILL were analyzed using country-specific hierarchical multiple linear regression models within an intracategorical approach. The results do not support the assumed relationship between women’s carbon footprint and gender roles, which were captured in the division of domestic responsibilities in the household, the level of care obligations, and the employment status. Neither moderation effects between domestic responsibilities and care obligations, paid labor, and household technologization were confirmed. However, the effects of the control variables, urbanization and income, were significant. Their potential to have covered up gender role effects on carbon emissions is discussed. Although this study does not confirm the hypotheses, increasing sufficiency is still likely to impact individual lifestyles, which are inherently gendered. Therefore, further research is needed better to understand the role of gender in carbon footprints and make gender-fair climate policy recommendations.