A mobilidade estudantil é um fenómeno significativo que desafia os estudantes a nível individual e reflete dinâmicas sociais mais amplas, destacando as suas desigualdades e obstáculos sistémicos. Assim, o principal objetivo deste trabalho passa por identificar como a mobilidade no ensino superior impacta a experiência e afeta o desempenho académico dos estudantes da Região Autónoma da Madeira. Para alcançar os objetivos delineados, foram realizadas 14 entrevistas semiestruturadas com estudantes deslocados. Esta abordagem qualitativa permitiu uma exploração das experiências individuais, proporcionando uma compreensão mais rica e complexa das vivências dos jovens. As entrevistas revelaram uma diversidade de experiências com aspetos positivos e negativos. Os principais fatores que motivaram a mobilidade incluíram a inexistência de cursos desejados na Madeira e a procura por novas experiências e maior independência. A adaptação a novos contextos apresentou desafios significativos, como o isolamento e a gestão de novas responsabilidades financeiras e académicas, mas também promoveu um desenvolvimento pessoal, com maior autonomia e resiliência. A transição para o ensino superior é particularmente desafiante para estudantes deslocados insulares, que enfrentam a distância geográfica e a adaptação a contextos culturais diferentes. As instituições de ensino devem considerar medidas que facilitem esta transição, como a flexibilidade dos estágios curriculares e a calendarização antecipada das avaliações. Apesar das dificuldades, muitos estudantes mostraram-se dispostos a novas experiências de mobilidade no futuro, reconhecendo os benefícios e oportunidades que estas proporcionam.

Student mobility is a significant phenomenon that challenges students on an individual level and reflects broader social dynamics, highlighting their inequalities and systemic obstacles. Thus, the main objective of this work is to identify how higher education mobility impacts the experience and affects the academic performance of students from the Autonomous Region of Madeira. To achieve the outlined objectives, 14 semi-structured interviews were conducted with displaced students. This qualitative approach allowed for an exploration of individual experiences, providing a richer and more complex understanding of the youths’ experiences. The interviews revealed a diversity of experiences with both positive and negative aspects. The main factors motivating mobility included the absence of desired courses in Madeira and the search for new experiences and greater independence. Adapting to new contexts presented significant challenges, such as isolation and the management of new financial and academic responsibilities, but also fostered personal development, with greater autonomy and resilience. The transition to higher education is particularly challenging for displaced island students, who face geographical distance and adaptation to different cultural contexts. Educational institutions should consider measures to facilitate this transition, such as flexibility in internships and the early scheduling of assessments. Despite the difficulties, many students were open to new mobility experiences in the future, recognizing the benefits and opportunities they provide.