Racismo é um problema atual na nossa sociedade, por isso é importante investigar (Casquilho-Martins et al., 2022; Vala et al., 2015; Vandiver, 2020). Pessoas racializadas têm maior dificuldade em ter acesso a habitação, emprego, saúde, educação (European Commission, 2020b), apresentam menores níveis de bem-estar físico e psicológico (Jetten et al, 2017). De acordo com modelo de identificação-rejeição (Branscombe et al., 1999) pretendemos compreender se quando existem níveis mais elevados de perceção de discriminação racial o grau de satisfação com a vida diminui, e como esta relação se altera se a identificação grupal e a atitude face à ação coletiva forem mediadoras, quando as variáveis idade e nível socioeconómico estão controladas. Num estudo quantitativo, com aplicação de questionário online, N = 166, que se autoidentificam como negros, 53% destes nascidos em Portugal e os restantes de países africanos, com uma amostra considerada escolarizada (30.7% com licenciatura completa) e com o nível socioeconómico médio (M = 5.6%, DP = 1.58), testámos sete hipóteses. Testes estatísticos utilizados: uma regressão linear múltipla do PROCESS (Hayes, 2022), uma mediação em cadeia. Os resultados não foram estatisticamente significativos para a relação entre perceção de discriminação racial e satisfação com a vida, nem para as hipóteses de mediação. No entanto suportaram: a H3 A identificação grupal está positivamente associada à satisfação com a vida e a H5 A perceção de discriminação está positivamente associada à atitude face à ação coletiva. Estudos futuros seria importante analisar a desejabilidade social, porque apresentam níveis baixos de perceção de discriminação.

Racism is a current problem in our society, so it is important to investigate (Casquilho-Martins et al., 2022; Vala et al., 2015; Vandiver, 2020). Racialised people find it more difficult to access housing, employment, health and education (European Commission, 2020b) and have lower levels of physical and psychological well-being (Jetten et al, 2017). According to the identification-rejection model (Branscombe et al., 1999), we want to understand whether when there are higher levels of perceived racial discrimination, the degree of life satisfaction decreases and how this relationship changes if group identification and attitude towards collective action are mediators, when the variables age and socioeconomic status are controlled. In a quantitative study, using an online questionnaire, N = 166, who self-identify as black, 53% of whom were born in Portugal and the rest in African countries, with a sample considered to be educated (30.7% with a full degree) and with an average socio-economic level (M = 5.6%, SD = 1.58), we tested seven hypotheses. Statistical tests used: PROCESS multiple linear regression (Hayes, 2022), chain mediation. The results were not statistically significant for the relationship between perceived racial discrimination and life satisfaction, nor for the mediation hypotheses. However, they did support: H3 - Group identification is positively associated with life satisfaction and H5 - Perceived discrimination is positively associated with attitude towards collective action. In future studies, it would be important to analyse social desirability, because they have low levels of perceived discrimination.