O presente estudo visa contribuir para o estudo da parentalidade, com particular enfoque no pai, considerando diferentes níveis de variáveis (individuais e contextuais). Analisaram-se as relações entre a qualidade da relação coparental, na perspetiva do pai, e as suas práticas parentais, testando-se o papel mediador do stress parental. Participaram neste estudo 98 pais casados ou em união de facto, com crianças em idade pré-escolar. Testou-se um modelo de mediação de forma a explorar o papel mediador das diferentes dimensões do stress parental na relação entre o suporte e a sabotagem coparental e as práticas parentais de cuidado e de restritividade, controlando para o efeito do número de horas de trabalho do pai e rendimento familiar. Relativamente aos resultados, obteve-se um efeito indireto significativo do suporte coparental nas práticas parentais de cuidado via satisfação parental, sugerindo que mais suporte coparental está associado a maior satisfação parental do pai, o que por sua vez leva a mais práticas de cuidado do pai. Verificaram-se, ainda, efeitos diretos significativos entre a sabotagem e o suporte coparental e os stressores parentais e falta de controlo, assim como da sabotagem coparental nas práticas parentais de cuidado. Estes resultados contribuem para a discussão sobre o papel do pai, salientando a importância da coparentalidade no exercício da paternidade.

This study aims to contribute to the study of parenting, with a particular emphasis on fathering, considering variables at both individual and contextual levels. The relationship between the quality of the coparenting relationship, from the father’s perspective and his childrearing practices was analysed, testing the mediationg role of parental stress. Ninety-eight married or cohabiting fathers with pre-school children participated in this study. A mediation model was tested in order to explore the mediating role of the different dimensions of parental stress in the relationship between coparental support and sabotage and responsiveness and restrictive parenting practices, controlling for father’s working hours and family income. The findings revealed a significant indirect effect of coparental support on responsiveness parental practices via parental satisfaction, suggesting that more coparental support is associated with more parental satisfaction, which in turn leads do more fathers’ responsiveness practices. Additionally, there were significant diretc effects between coparental sabotage and support and parental stressors and lack of control, as well as an effect of coparental sabotage on responsiveness parental practices. These results contribute to the discussion on the role of fathers, highlighting the importance of coparenting in the exercise of fatherhood.