Atualmente há em Portugal uma problemática na retenção de profissionais de saúde, o que impacta a qualidade dos serviços que são prestados nessa área e acarreta custos significativos para as organizações. Este problema é particularmente crítico nos setores público e privado, onde diferentes fatores influenciam a retenção, como os modelos mentais, a dignidade, o estatuto, a exploração e a objetificação. O presente estudo enquadra-se nesta temática, onde se pretende explorar a escassez de profissionais de saúde e os fatores que influenciam a sua retenção, destacando uma abordagem multifatorial que engloba as variáveis supramencionadas. Para o efeito, foi aplicado um questionário composto por questões profissionais e sociodemográficas a profissionais de saúde que exercem funções em diferentes organizações de Portugal. Os principais resultados indicam que no setor público, verificou-se que a burocracia, a sobrecarga e a falta de flexibilidade geram insatisfação generalizada. Em contraste, o setor privado destaca-se pela ênfase na eficiência e competitividade, oferecendo melhores oportunidades de progressão na carreira e reconhecimento, mas impondo maior pressão. Os profissionais que atuam simultaneamente em ambos os setores são os mais afetados pela exploração e objetificação, o que enfraquece as ligações com o local de trabalho e leva a uma maior vontade de abandoná-lo. Assim, a pesquisa conclui que a retenção está fortemente associada a fatores contextuais e organizacionais, sendo essencial que as instituições implementem políticas que promovam a conexão e imersão dos profissionais para mitigar a rotatividade.

Currently, there is an issue in Portugal regarding the retention of healthcare professionals, which impacts the quality of services provided in this area and leads to significant costs for organizations. This problem is particularly critical in both the public and private sectors, where different factors influence retention, such as mental models, dignity, status, exploitation, and objectification. The present study is framed within this theme, aiming to explore the shortage of healthcare professionals and the factors that influence their retention, highlighting a multifactorial approach that encompasses the aforementioned variables. For this purpose, a questionnaire composed of professional and sociodemographic questions was administered to healthcare professionals working in different organizations in Portugal. The main results indicate that in the public sector, bureaucracy, work overload, and lack of flexibility lead to widespread dissatisfaction. In contrast, the private sector stands out for its emphasis on efficiency and competitiveness, offering better career progression opportunities and recognition, but imposing greater pressure. Professionals working simultaneously in both sectors are the most affected by exploitation and objectification, which weakens their connection to the workplace and increases their desire to leave. Thus, the research concludes that retention is strongly associated with contextual and organizational factors, making it essential for institutions to implement policies that promote the connection and immersion of professionals to mitigate turnover.