O presente trabalho pretende contribuir para a definição de uma estratégia de supervisão para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), focada nos desafios regulatórios resultantes dos impactos dos serviços de mobilidade emergentes, da necessidade de dar cumprimento às metas de sustentabilidade e da transição digital. Utilizando uma metodologia qualitativa, o estudo envolveu entrevistas com onze especialistas na área da mobilidade e dos transportes, no sentido de explorar como percecionam os desenvolvimentos nesses mercados e quais as estratégias que devem ser desenvolvidas pelo regulador, contribuindo para fechar o gap de conhecimento nesta matéria. Os resultados mostram que os entrevistados defendem uma atuação na área dos transportes que vise regular, mas também incentivar inovações tecnológicas e o uso consciente do espaço e dos recursos, respeitando a sustentabilidade e a equidade no acesso aos transportes. Esta abordagem é sustentada pela literatura revista, refletindo uma abordagem regulatória comum, que combina inovação com responsabilidade ambiental, social e económica, visando um sistema de transporte que seja sustentável, inclusivo, tecnológico e eficiente. Estudos futuros deverão focar-se na densificação de um quadro conceptual de análise de dados, considerando que a digitalização e automação são vistas como fundamentais para o futuro dos transportes e a supervisão dessas inovações é crucial. A estratégia da AMT deve passar por incrementar a capacidade de análise de dados para gerir informações em larga escala de forma eficiente, utilizando-os para contribuir para a otimização da qualidade do serviço, para o cumprimento dos compromissos de sustentabilidade e para um ecossistema de transporte equilibrado e competitivo.

The present work aims to contribute to the definition of a supervisory strategy for the Mobility and Transport Authority (AMT), focusing on the regulatory challenges resulting from the impacts of emerging mobility services, compliance with sustainability goals and data use. Using a qualitative methodology, the study involved interviews with eleven experts in the field of mobility and transport, to explore how they perceive developments in these markets and which strategies should be developed by the regulator, contributing to close the knowledge gap in this matter. The results show that the interviewees defend an action in transport that aims to regulate, but also to encourage technological innovations and the conscious use of space and resources, respecting sustainability and equity in access to transport. This approach is underpinned by the reviewed literature, reflecting a common regulatory approach, which combines innovation with environmental, social and economic responsibility, aiming for a transport system that is sustainable, inclusive, technological and efficient. Future studies should focus on densifying a conceptual framework for data analysis, considering that digitalization and automation are seen as fundamental for the future of transport and the supervision of these innovations is crucial. AMT's strategy should be to increase data analysis capacity to manage large-scale information efficiently, using it to contribute to the optimization of service quality, to the fulfilment of sustainability commitments and to a balanced and competitive transport ecosystem.