Título
Provisions and contingent liabilities: A comparison between Portugal and the United Kingdom
Autor
Reis, Laura Nunes dos
Resumo
pt
O objectivo desta dissertação é comparar empresas portuguesas e britânicas relativamente à divulgação de passivos contingentes e ao reconhecimento de provisões, dado que estes são considerados fontes de contabilidade criativa e, estabelecer um paralelo entre as diferenças encontradas e o sistema cultural de cada país. Os dados foram recolhidos de base de dados e manualmente dos Relatórios de Contas de empresas cotadas, desde 2010 a 2013. Os resultados mostram diferenças estatisticamente significativas nos montantes divulgados de contingências ou reconhecidos em provisões pelas empresas portuguesas versus britânicas. Contudo, não confirmam a tendência para um maior reconhecimento em Portugal ou preferência pela divulgação no UK como sugerido por Gray em que, elevado secretismo (transparência) e elevado conservantismo (optimismo) em países com elevada (diminuta) aversão à incerteza, como Portugal (UK), favorecendo práticas mais associadas à contabilidade criativa em Portugal. Adicionalmente, os resultados evidenciam que as provisões e contingências têm uma associação negativa com a cotação das acções, apenas estatisticamente significativa para contingências. No entanto, as provisões revelam-se significativas após a adaptação do modelo para captar o efeito de um comité de risco no Board de Directores. A existência deste comité é valorizada pelos investidores, sendo porém esta valorização mitigada quando considerando Portugal em relação ao universo da amostra. Finalmente, o estudo conclui que os investidores valorizam as provisões diferentemente das contingências, sendo isto não aplicável quando as empresas têm comité de riscos, caso em que os investidores atestam a mesma confiança a reconhecimentos e divulgações, assumindo menos práticas de contabilidade criativa.
en
The main objective of this dissertation is to compare companies from Portugal and UK concerning disclosure of contingent liabilities and recognition of provisions, since these are considered a source of creative accounting and to drive a parallel between differences found and the culture system of each country. Data was retrieved from databases and hand collected from financial statements of listed companies covering 2010 to 2013. Findings reveal that there are statistically significant differences on the amounts disclosed as contingencies or recognized as provisions by Portuguese versus British companies. However, they do not confirm the tendency for higher recognition in Portugal or a preference for disclosure in UK as Grays’ hypotheses for high secrecy (transparency) and high conservatism (optimism) in countries with high (low) uncertainty avoidance as Portugal (UK) suggest, giving rise to practices more associated with creative accounting in Portugal. Furthermore, findings expose that provisions and contingencies have a negative association with share prices, yet only statistically significant for contingencies. However, provisions reveal to be statistical significant after adapting the model to comprehend the effect of a risk committee on board of directors. Besides, the existence of this committee is value relevant to investors but this relevance is notwithstanding mitigated when considering Portugal against the total sample. Lastly, the study concludes that investors do value provisions differently from contingencies, yet this is not applicable when companies have a committee for risks, in which case they place a similar trust to both recognized and disclosed items assuming less creative accounting practices.