Título
Relational complementarity: the motivational form of social relationships
Autor
Costa, Nuno Patrício Varandas da
Resumo
pt
O que motiva as pessoas para se coordenarem socialmente? Tendo como base a teoria dos
modelos relacionais, e perspetivas filosóficas e psicológicas da ação conjunta, proponho que
todas as formas de coordenação social requerem que os participantes produzam ações
congruentes com as ações dos parceiros, de acordo com modelos relacionais cognitivos
partilhados. Quando as ações de todos os participantes em interação se ajustam, criam um
padrão de Complementaridade Relacional (CompRel). Assim, a CompRel é o objetivo
intrínseco a todas as formas de coordenação. Partindo desta conceptualização, esta tese
apresenta duas hipóteses teóricas. Primeiro, a CompRel é inerentemente gratificante; a
perspetiva de CompRel é suficiente para motivar o comportamento, na ausência de
recompensas ulteriores à coordenação. Quatro estudos testaram se os participantes primados
com o objetivo de CompRel (vs. não primados) ficariam mais motivados para seguirem as
instruções de um experimentador e, por isso, fariam mais esforço para completarem as tarefas
pedidas durante a sessão experimental. Os resultados não suportaram a hipótese de que a
CompRel motiva o comportamento social. Contudo, uma outra linha de cinco estudos
demonstrou que a CompRel é gratificante, revelando que os participantes experimentaram
mais afeto positivo em interações complementares (vs. não-complementares). A segunda
hipótese teórica propõe que, sendo a CompRel intrínseca à coordenação, é suficiente para
satisfazer os motivos que têm sido propostos para explicar o comportamento coordenado.
Cinco estudos demonstraram que os participantes experimentaram mais controlo, pertença e
confiança em interações complementares (vs. não-complementares), e que estes efeitos não
puderam ser explicados pelas expectativas em relação à ação do parceiro nem pelos benefícios
da coordenação.
en
What motivates people to engage in coordinated social interactions? Building on relational
models theory, and on philosophical and psychological accounts of joint action, I propose that
all forms of coordination require participants to generate actions that are congruent with the
actions of the partners, according to shared cognitive relational models. When the actions of
all interacting participants fit together, they create a pattern of Relational Complementarity
(RelComp). Hence, RelComp is the goal intrinsic to all forms of coordination. Building on
this conceptualization, this thesis addresses two theoretical hypotheses. First, RelComp is
inherently satisfying; the prospect of RelComp is sufficient to motivate behavior in the
absence of rewards ulterior to coordination. Four studies tested whether participants primed
with RelComp as a goal (vs. non-primed) would be more motivated to follow the instructions
of an experimenter, and therefore, would spend more effort to complete the tasks requested
during the experimental session. The results did not support the hypothesis that RelComp
motivates social behavior. However, a second unrelated line of five studies demonstrated that
RelComp is satisfying, by showing that participants experienced more positive affect in
complementary (vs. non-complementary) interactions. The second theoretical hypothesis
states that, since RelComp is intrinsic to coordination, it is sufficient to fulfill the motives that
have been proposed to explain coordinated behavior. Five studies showed that participants
experienced higher control, belonging and trust in complementary (vs. non-complementary)
interactions, and that these effects could not be explained by expectations about the partner’s
actions, nor by the benefits of coordination.