Título
Mental health, religiosity and spirituality in Portugal: towards the development and integration of religious/spiritual competence for mental health professionals
Autor
Freire, Jaclin'Elaine Semedo
Resumo
pt
Os profissionais de saúde mental são muitas vezes inadequadamente formados/preparados
para trabalhar, ética e eficazmente, com a religiosidade e espiritualidade em contextos
psicoterapêuticos, apesar de todos os progressos científicos demonstrados nesta área. O
principal objetivo deste trabalho doutoral é explorar e expandir o conhecimento nesta área,
através do paradigma científico transformativo e com base na perspetiva teórica da
competência multicultural. No primeiro capítulo -introdução teórica- enfatizam-se os
inúmeros avanços realizados neste campo, em contraste à conflituosa história entre religião,
espiritualidade e saúde mental no passado. Seguem-se cinco estudos empíricos: o Estudo 1,
mostra que membros e clientes religiosos desejam discutir abertamente questões religiosoespirituais nos seus processos psicoterapêuticos; no entanto também referem algumas
preocupações sobre se os profissionais de saúde mental estão abertos e são competentes para
fazê-lo. O Estudo 2 mostra líderes religiosos como agentes importantes na promoção e
manutenção da saúde mental de seus congregados, bem como nos seus processos de
reabilitação; no entanto, isso ocorre sem muitas referências a colaboração/contacto com os
profissionais de saúde mental. Nos restantes três estudos, utiliza-se uma metodologia
sequencial multifaseada, para explorar as atitudes, crenças religiosas e competência religiosoespiritual dos profissionais de saúde mental. Os principais resultados demonstram que a
formação e o conhecimento de temáticas religioso-espirituais têm um papel importante nos
níveis de preparação e conforto dos profissionais de saúde mental para lidarem sensivelmente
com as questões religioso-espirituais no contexto clínico. No entanto, os resultados também
indicam que as atitudes e o envolvimento religioso-espiritual pessoal dos profissionais de
saúde podem também influenciar estes processos. A discussão geral apresenta de forma
integrativa os principais resultados obtidos, reforçando ser imprescindível considerar todas as
vozes envolvidas numa equação psicoterapêutica. São ainda discutidas implicações para
prática e investigação sobre como promover, de forma ética e efetiva, a integração das
questões religioso-espirituais em contextos clínicos.
en
Mental health professionals are often ill-prepared to ethically and effectively deal with
religious/spiritual dimensions in the psychotherapeutic settings, even though so much has
been accomplished in this area lately. The general aim of this work is to explore and expand
knowledge in this field, by using a transformative framework, based on the multicultural
competence perspective. Firstly, a theoretical introduction is provided, emphasizing the
numerous advances made in this field, contrasting the intertwined and tumultuous history
between religion, spirituality and mental health. This chapter is followed by five empirical
studies: Study 1 shows that religious members and clients desire to openly discuss
religion/spirituality during mental health treatment, but they do have some concerns about
whether mental health professionals are willing and competent to do so. Study 2 shows
religious Leaders as important agents in promoting and preserving their congregants’ mental
health, as well as in their recovery processes; however this occurs without much referral to or
collaboration with mental health professionals. In the remainder three studies, a sequential
multistage mixed-methods design is used to understand the attitudes, beliefs and spiritual
competence among mental health professionals. Major findings show that training and
knowledge, in religious and spiritual topics, play an important role in these professionals’
perceived level of comfort and preparedness to competently deal with religion and spirituality
in clinical settings. However, results also show that their attitudes toward the integration of
religion/spirituality and their personal religious/spiritual involvement also play an important
role in this process. Finally, the discussion section of this work offers an integrative highlight of
the main findings, reinforcing the need to consider all voices involved in a psychotherapeutic
relationship. Furthermore, implications for practice and research are addressed on how to
improve the process of an ethical and effective integration of religious/spirituality matters into
clinical settings.