Título
Deteção de eventos adversos no doente internado: relato de incidentes "versus" "Global Trigger Tool" - uma abordagem
Autor
Oliveira, Ana Filipa de Sousa
Resumo
pt
Os eventos adversos (EA) são uma fonte significativa de morbilidade, mortalidade, aumento
de custos e desconfiança de todos os "stakeholders" nas organizações de saúde. Os métodos mais
comuns de deteção de EA são o relato voluntário de incidentes e a auditoria de processos
clínicos. Neste estudo verificámos a aplicabilidade das ferramentas Sistema de Relato de
Incidentes e "Global Triger Tool" - GTT num hospital central em Lisboa, Portugal, num período
de 6 meses.
Foram identificados com a GTT 503 EA e em média os homens sofreram mais EA (4,48) que
as mulheres (3,97), apesar destas se encontrarem em maioria numérica na amostra. Cerca de
92,5% dos doentes analisados sofreram pelo menos um EA e a taxa de admissões com pelo
menos um EA foi de 11,667%. Os EA mais comuns (52,286%) foram de categoria E (dano
temporário com necessidade de intervenção), porém os EA com maior impacto na vida dos
doentes (G, H e I) tiveram um peso de quase 10%. No Sistema de Relato de Incidentes do
Centro Hospitalar foram documentados 31 relatos, onde apenas 11 foram incidentes com algum
tipo de dano (ligeiro a moderado) para o doente.
Apesar do Sistema de Relato de Incidentes ser o método mais utilizado nas unidades de saúde
para a deteção de EA, ainda se verifica uma subnotificação dos mesmos. É por isso fundamental
complementar este método, com ferramentas mais robustas como a GTT, que caracterizem
eficazmente os EA, de modo a torna-los menos comuns e/ou minimizar o seu impacto quando
ocorrem.
en
Adverse Events (AE) are a significant cause of morbidity, mortality, costs increase and distrust
to all stakeholders in healthcare organizations. The most common methods to detect AE are
the voluntary report of incidents and the retrospective analysis of patients’ records. In this study,
we tested the applicability of both tools: Incidents Reports and "Global Trigger Tool" (GTT), in
a central hospital of Lisbon, Portugal, in a period of 6 months.
With the GTT we detected 503 AE and on average, men had suffered more AE (4,48) than
women (3,97), even though women were in a higher number in our study. About 92,5% of
patients had suffered at least one AE and the admission rate with at least one AE was 11,667%.
The most common AE (52,286%) was of type E (temporary harm to the patients and required
intervention), however the AE with a severe impact in patients’ life (G, H, I) were 10%. In the
Incidents Report System, there were only 31 incidents reported, and from those only 11 caused
harm to the patients.
Even though the voluntary report of incidents is the most common method to detect AE, we
still verify that there is a high sub notification. Therefore, it is fundamental that we complement
this method with more robust tools like GTT which characterize effectively AE, so that in the
end they can be reduced and ultimately cause less impact in the patients.