A preocupação de Portugal com as assimetrias territoriais já existe há várias décadas. Neste contexto, vários programas e estratégias têm sido pensados, discutidos e implementados, tantos quanto a criatividade nacional e os fundos europeus o permitiram. Contudo, verifica-se que o nó górdio é o mesmo de sempre: a aplicação generalista de propostas (consoante as prioridades de Bruxelas), sem atentar às especificidades dos territórios e ao envolvimento/participação das pessoas e organizações desses territórios na construção do bem comum. Nesta pesquisa, pretende-se apresentar uma reflexão sobre os contributos que se estabelecem entre as práticas de Economia Solidária e a revitalização de territórios fragilizados, assim como o seu papel na revalorização das artes e ofícios tradicionais. O estudo caracteriza as práticas de Economia Solidária existentes na Cooperativa Terra Chã e analisa de seguida o seu contributo para a sustentabilidade macro. Apresenta-se ainda um modelo de revitalização de territórios, com pontos adaptáveis, a partir da realidade da Cooperativa. A revisão bibliográfica teve como linhas orientadoras os conceitos de Economia Solidária, Desenvolvimento Sustentável, Desenvolvimento Local e as Artes e Ofícios Tradicionais. A escolha metodológica consistiu no método qualitativo "estudo caso", com recurso às técnicas de entrevista semi-diretiva, observação participante e análise documental. O presente estudo permitiu concluir que as práticas da Cooperativa contribuem para o desenvolvimento sustentável, do território onde as suas ações são desenvolvidas. Conclui-se que a Economia Solidária pode, efetivamente, dar contributos válidos na revitalização de territórios fragilizados, da mesma forma, pode contribuir positivamente na revalorização das artes e ofícios tradicionais.

The Portugal concern with the territorial asymmetries happens for decades. In this context, a lot of programs and strategies had been thinking, discussed and implemented, as much as national creativity and economic funds have allowed. However, there is always the same issue, the general application of proposals (depending on Brussels priorities), without pay attention to the territories specificity and without involving organizations and populations from those territories in building the common good. This research intends to present a reflection about the contribution which sets between Solidarity Economy practices and the revitalization of fragile territories, as well as its role in the revaluation of traditional arts and crafts. The study marks the Solidarity Economy practices existing in "Cooperativa Terra Chã" and analyzes their contribution to macro sustainability. A territorial revitalization model is also presented, with adaptable points, based on the reality of the Cooperative. The literature review had as guidelines the concepts of Solidarity Economy, Sustainable Development, Local Development and the Traditional Arts and Crafts. The methodological choice consisted of the qualitative method "case study", using the techniques of semi-directive interview, participant observation and document analysis. The present study concluded that the Cooperative practices contribute to the sustainable development of the territory where their actions are developed. It is concluded that the Solidarity Economy can, in fact, make valid contributions in the revitalization of fragile territories, likewise can contribute positively in the revaluation of traditional arts and crafts.