Teses e dissertações

Mestrado
História Moderna e Contemporânea
Título

Cascais e Estoril como centro de acolhimento de refugiados entre 1931 e 1945

Autor
Cruz, Joana Pires Vieira da
Resumo
pt
A presente dissertação aborda o papel do eixo Estoril-Cascais como centro de acolhimento de refugiados entre 1931, com o estabelecimento da Segunda República Espanhola, e 1945, aquando do final da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1931, inúmeros espanhóis que não se identificavam com o governo republicano de esquerda procuraram refúgio em Portugal, pela proximidade geográfica e pela natureza do regime português, verificando-se um aumento de espanhóis de classe social mais elevada em Cascais e no Estoril. A Guerra Civil Espanhola, iniciada a 18 de julho de 1936, provocou a saída em massa de espanhóis que fugiam do conflito. Portugal – e a região de Cascais e do Estoril – foi escolhido como destino de inúmeros refugiados, nomeadamente republicanos. Contudo, considerando o contacto destes fugitivos com a população portuguesa uma ameaça ao regime, o Estado Novo tentou impedir a sua entrada no país, iniciando-se uma perseguição e atuação contra os mesmos e quem os ajudasse. Embora formalmente Portugal tenha adotado uma política de não intervenção neste conflito, apoiou a causa nacionalista. A partir de 1933, com as perseguições nazis aos opositores políticos e, mais tarde, aos judeus, e sobretudo com o início da Segunda Guerra Mundial, regista-se o maior fluxo de refugiados para Portugal. Cascais e o Estoril tornam-se novamente abrigos temporários para esses indivíduos. Embora nem sempre a primeira escolha dos refugiados devido à natureza do regime do Estado Novo, com o avançar da guerra Portugal passou a ser o único ponto de saída para deixar a Europa.
en
This dissertation addresses the role of the Estoril-Cascais area as a center for receiving refugees between 1931, with the establishment of the Second Spanish Republic, and 1945, at the end of World War II. From 1931 onwards, numerous Spaniards who did not identify with the left-wing republican government sought refuge in Portugal due to the geographical proximity and the nature of the Portuguese regime, leading to an increase in the number of higher-class Spaniards in Cascais and Estoril. The Spanish Civil War, which began on July 18, 1936, triggered a mass exodus of Spaniards fleeing the conflict. Portugal – and the Cascais and Estoril region – was chosen as a destination by many refugees, particularly republicans. However, considering the contact between these fugitives and the Portuguese population as a threat to the regime, the Estado Novo attempted to prevent their entry into the country, initiating persecution and actions against them and those who helped them. Although Portugal formally adopted a policy of nonintervention in this conflict, it supported the nationalist cause. From 1933 onwards, with the Nazi persecution of political opponents and later Jews, and especially with the onset of World War II, there was a significant increase in the flow of refugees to Portugal. Cascais and Estoril once again became temporary shelters for these individuals. Although not always the first choice of refugees due to the nature of the Estado Novo regime, as the war progressed, Portugal became the only exit point to leave Europe.

Data

04-dez-2024

Palavras-chave

Spanish Civil War
Refugiados -- Refugees
Segunda Guerra Mundial -- Second World War
Cascais-Estoril
Segunda República Espanhola
Guerra Civil Espanhola
Second Spanish Republic

Acesso

Acesso livre

Ver no repositório  
Voltar ao topo