A prevenção do abuso sexual infantil constitui uma responsabilidade primordial da sociedade, exigindo estratégias eficazes e colaborativas que assegurem a proteção, os direitos e o desenvolvimento saudável das crianças. A exposição mediática de casos na Igreja Católica, tanto em Portugal como globalmente, reforça a necessidade de medidas preventivas que garantam ambientes seguros, promovam a responsabilização e restaurem a confiança na instituição. A presente dissertação tem como objetivo compreender a perceção dos catequistas face à prevenção do abuso sexual infantil, mais concretamente 1) qual o nível de conhecimento sobre violência sexual de crianças ou pessoas especialmente vulneráveis; 2) em que medida se sentem agentes de prevenção, procurando perceber-se se se sentem confortáveis e capazes de assumir este papel; 3) que necessidades sentem em termos formativos nesta matéria. Para o efeito, foi escolhida uma metodologia mista, com um estudo quantitativo e um estudo qualitativo (grupo focal). Os resultados mostram que os catequistas valorizam a formação nesta área para serem capazes de recorrer a materiais ou programas de prevenção, mas consideram que a responsabilidade é, sobretudo, das famílias e que o tempo na catequese é limitado para abordar o tema, reforçando a importância de incluí-las nas ações de formação e prevenção. Em síntese, reconhecem a importância da prevenção e veem-se como agentes preventivos, embora com alguma incerteza quanto ao seu papel e aos temas a tratar. Desta forma, este estudo inovador permitiu conhecer a realidade e perspetiva dos catequistas, contribuindo para uma melhor compreensão do abuso sexual no contexto religioso.

The prevention of child sexual abuse is a primary responsibility of society, requiring effective and collaborative strategies to ensure the protection, rights, and healthy development of children. The media exposure of abuse cases in the Catholic Church, both in Portugal and globally, emphasizes the need for preventive measures that ensure safe environments, promote accountability, and restore trust in the institution. This dissertation aims to understand the perception of catechists regarding the prevention of child sexual abuse, specifically: 1) their level of knowledge about sexual violence against children or particularly vulnerable individuals; 2) the extent to which they see themselves as prevention agents, assessing their comfort and competence in this role; and 3) their perceived training needs in this area. A mixed-method approach was chosen, involving a quantitative study and a qualitative study (focus group). The findings show that catechists value training in this area to effectively use prevention materials or programs. However, they view responsibility as primarily belonging to families and note that catechesis time is limited for addressing the topic, reinforcing the importance of including families in training and prevention actions. In summary, they recognize the importance of prevention and view themselves as preventive agents, albeit with some uncertainty about their role and the topics to address. Thus, this innovative study provided insight into the reality and perspective of catechists, contributing to a better understanding of sexual abuse within the religious context.