Sou socióloga. Licenciei-me em Sociologia, na FCSH-UNL, em 1996. Conclui o meu mestrado em Cultura, Comunicação e Tecnologias da Informação, no ISCTE-IUL, em 1999. No ISCTE-IUL, foi-me atribuído o prémio António Sérgio pela melhor tese (2001). A tese foi publicada pela Celta Editora, em 2001, com o título Todos ao Palco! Estudos sociológicos sobre o teatro em Portugal. Esta publicação teve o apoio do IPAE-Ministério da Cultura.
Em 2005, conclui o meu doutoramento em Sociologia, especialidade Cultura, na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) e FCSH (UNL), sob a direção de Pierre-Michel Menger e Luís Vicente Baptista. Segui a perspectiva das organizações, profissões e mercados de trabalho artísticos; e os estudos urbanos. A tese foi publicada pela Imprensa de Ciências Sociais, O mundo Teatro em Portugal: organizações e mercados de trabalho (2007).
Entre 2005 e 2007, trabalhei como Investigadora Convidada no ICS-UL, no projeto nacional Profissão: Arquiteto/a, que assinei com Manuel Villaverde Cabral. Fiz o meu primeiro Pós-doutoramento no ICS-UL, onde trabalhei até 2012, nos projetos (i) Reputation and Occupational risk management in careers and artistic labour markets e, ainda, (ii) The Portuguese Artists in Dance and Theater: who are they and what do they do?, com os resultados publicados nos livros organizados, Profissão, Vocação: Ensaios sobre grupos profissionais (2010) e, depois, Criatividade e Instituições (2012), ambos publicados pela Imprensa de Ciências Sociais.
O meu segundo Pós-doutoramento foi desenvolvido no ISCTE-IUL e iniciou-se em 2013. Trabalhei sobre instituições, criatividade e territórios. No CIES-ISCTE, tenho trabalhado sobre a arte colaborativa, públicos participantes, associações culturais locais e a democracia cultural. Daqui resultou, por exemplo, o artigo que assinei com Raquel Rego, The transformative role of Angels' cultural organisations under austerity (Cultural Trends, 2022).
Ao longo dos anos, participei em diversas equipas de investigação, coordenada por Maria de Lurdes Lima dos Santos (OAC) e José Luís Garcia (ICS), destacando-se este último com um projeto que culminou com o Relatório, as recomendações, e um artigo em co-autoria - amplamente citado - Mapping Cultural policy in Portugal: From incentives to crisis (International Journal of Cultural Policy, 2016).
Com José Machado Pais (ICS) e Pedro Magalhães (ICS-UL), participei na construção e na análise dos resultados ao primeiro Inquérito Nacional às Práticas Culturais dos Portugueses. Desenvolvi a linha do omnivorismo cultural, trabalhada nos EUA e na Europa, e procurei comparar os resultados obtidos no nosso país - nas áreas do cinema, dança, teatro, ópera, circo, concertos, festivais e festas locais - com os resultados e as conclusões de estudos europeus: The first national survey on cultural participation in Portugal: Exploring social and professional backgrounds (Cultural Trends, 2024).
Entre 2010-2015, coordenei os projetos da DGARTES, Boletim das Artes e Levantamento de Indicadores na Cultura, com publicações para um público mais alargado: Estudos e Relatórios | DGARTES. Fiz também parte da equipa de acompanhamento do trabalho das estruturas de teatro, na região de Lisboa e Vale do Tejo, durante cinco anos.
Em 2022, coordenei o Estudo Impacto das Bolsas e Apoios às Artes da Fundação Calouste Gulbenkian (N= 548 artistas e profissionais das artes). As perspectivas internacionais do trabalho nas artes inspiraram o livro que escrevi e publiquei, com Cícero R. Pereira, na Imprensa de Ciências Sociais (2024), intitulado Trabalho Artístico: Os programas das bolsas e apoios às artes da FCG. Neste livro, entrelaçam-se as metodologias quantitativas com as qualitativas e a triangulação de dados. Os indicadores estruturantes e a análise elaborada possibilitam reflexões profundas sobre os mundos das artes, em Portugal.
A atual alteração dos programas de bolsas e apoios, da FCG, segue as orientações e recomendações sugeridas neste trabalho que contou com 488 artistas inquiridos e 60 entrevistados, artistas e profissionais das artes e da cultura, bem como instituições culturais europeias com trabalho similar à FCG.
Em 2023, coordenei o Projeto REVELArte, no CIES-ISCTE, onde estudei a Rede de Teatros e CineTeatros, Portugueses (N=65). Daqui resulta o artigo em avaliação, A Rede de Teatros e Cineteatros: o fim da "história da cigarra e da formiga"?, apresentado nos Diálogos em Rede, da DGArtes, realizado em Leiria (2014).
Entre 2020-2024, estaremos como "instituição participante com financiamento", no projeto da FCT, intitulado Archiving Theater (da FL-UL).
Os trabalhos que tenho desenvolvido para os projetos do Ministério da Cultura têm tido impacto na definição das políticas públicas para a cultura, ao nível dos apoios e financiamentos para a cultura, em particular, nas áreas das artes performativas e públicos para a cultura.
Escrevo para o Jornal Público como especialista em políticas públicas para a cultura e procuro apoiar a ação dos atores políticos: Vera Borges | Socióloga, especialista em políticas públicas para a cultura, gestão e estudos de cultura. Investigadora integrada do CIES-Iscte. | PÚBLICO (publico.pt).
Sou proponente da COST Action Proposal OC-2024-1-28083 " Popular Romance " (Secondary Proposer). COST – European Cooperation in Science and Technology (www.cost.eu).