Rosângela Corrêa (Universidade de Brasília)
Resumo
Quinze milhões de pessoas ganham a vida com a separação de resíduos recicláveis no mundo, onde o trabalho é realizado em más condições ambientais e fora do mercado formal. Estima-se que no Brasil existem entre 500 a 800.000 catadores de resíduos sólidos, envolvidos na separação de papel, papelão, plástico e metais. A cadeia produtiva da reciclagem envolve diversos atores sociais: catadores, carroceiros, comerciantes, empresários, comerciantes, indústrias, governos locais e federal e cidadãos. A pesquisa realizada no Lixão da Estrutural em Brasília (Brasil) nos permite analisar o trabalho do "catador", o coletor de material reciclável, como um trabalhador necessário na cadeia produtiva da reciclagem mas ocupa a posição mais desfavorecida devido a sua invisibilidade na sociedade. As diferentes formas de organização do trabalho dos catadores convergem normas, opiniões, experiências, interesses, conflitos e formas de consenso que permitem organizar-se em distintos ritmos e em diferentes temporalidades, aquém das políticas públicas e da lógica capitalista..
Nota biográfica
Possui graduação em História pelo Centro Universitário de Brasília (1983), mestrado em Antropologia Social (1988) e doutorado em Antropologia Social (2000) pela Universidad Iberoamericana, México. Pós-doutorado na Universidad Autónoma de Barcelona no Institut de Ciència i Tecnologia Ambientals -ICTA (2016) e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa (2016). Atualmente é professora na graduação na Faculdade de Educação e na Pós-Graduação em Estudos Comparados sobre as Américas (PPG/CEPPAC) da Universidade de Brasília.