Perante as atuais ameaças populistas, nacionalistas e fascistas que atravessam a Europa e o Mundo, vale a pena investigar como a classe operária, através da sua ação coletiva, contribuiu para o derrube do estado novo e edificação da democracia em Portugal.
Nesta apresentação iremos debruçar-nos sobre um conjunto de trajetórias de vida de atores sociais com um percurso de habitus militante e propomos pôr à consideração dos colegas a nossa abordagem, que está a ser desenvolvida num artigo.
Interessa-nos discutir sistemas de disposições, sociabilidades locais, bem como a formação de habitus militantes, resultantes de trajetórias de classe específicas. A abordagem em causa é baseada numa metodologia de retratos sociológicos recolhidos no âmbito de uma pesquisa de longa duração no concelho do Seixal, um território com salientes marcas identitárias do seu passado industrial e de resistência antifascista.