Obra da historiadora Luísa Tiago de Oliveira, “A Caminho do 25 de Abril – Uma Organização Clandestina de Oficiais da Armada”, das Edições 70, tem lançamento marcado para 14 de maio de 2024, pelas 18 horas, no Iscte (auditório B103).

A apresentação do livro da docente e investigadora do Iscte estará a cargo dos historiadores Sérgio Campos Matos, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Irene Pimentel, do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

O livro “A caminho do 25 de Abril - Uma Organização Clandestina de Oficiais da Armada” revela o peso que jovens das “fardas azuis” tiveram no rumo político da Revolução dos Cravos. A historiadora recolheu testemunhos e documentos que mostram o contributo dos oficiais da Marinha na invenção de um sinal sonoro para o desencadear do golpe e na elaboração do Programa do MFA.

Os dirigentes dessa organização clandestina eram jovens oficiais que, nos anos seguintes anteriores à revolução, conviviam socialmente no Clube Militar Naval, destacando-se Martins Guerreiro, Almada Contreiras e Miguel Judas. Juntamente com Melo Antunes, Martins Guerreiro e Almada Contreiras prepararam a versão inicial do Programa do Movimento das Forças Armadas – MFA publicada pelo jornal República, numa edição especial, do próprio dia 25 de Abril de 1974.

“A politização dos oficiais que conviviam no Clube Militar Naval no início dos anos 70 fez-se em diversos níveis”, refere Luísa Tiago de Oliveira. “Com atuações a nível clandestino, como a projeção de filmes proibidos como o Couraçado Potemkin ou a tradução de textos anticoloniais; a nível semilegal, com Comissões de Curso [de oficiais da Escola Naval] que editavam boletins com reivindicações de tipo sindical; e com atuações legais, como os debates no Clube Militar Naval ou as aulas dadas a marinheiros, onde também se verificava alguma politização de certas matérias ministradas aos alunos”, explica a autora.