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Catarina Frois, investigadora no CRIA-IUL, desenvolveu um trabalho etnográfico numa prisão exclusiva a mulheres, tendo realizado visitas mensais durante um ano. Esta experiência, que explica no seu recente livro ‘Mulheres Condenadas’, singular no panorama prisional português, permitiu que observasse o contexto prisional de uma perspetiva bastante próxima das suas protagonistas, ao conhecer rotinas, felicidades e angústias do quotidiano, vivências e impotências do ‘estar fechada’. Mas a prisão de Odemira revelou-se um caso de estudo bastante particular.
Na parte 1/3 desta entrevista Catarina Frois explicou-nos que ‘Odemira é particular porque deve ser das poucas prisões em Portugal, pela sua dimensão reduzida, (que) não está em sobrelotação’.
Mas que efeito ‘reformador’ tem efetivamente o ‘tempo de reclusão’ é explicado pela própria investigadora com uma outra questão: ‘como é que tu reintegras uma pessoa que estava integrada?’, explorada na parte 2/3 já publicada também.
Agora, e para finalizar esta entrevista com Catarina Frois, apresentamos a parte 3/3 onde a investigadora nos leva a viver um pouco o papel da mulher investigadora numa prisão feminina, proximidades e questões metodológicas. E como a proximidade criada pelo trabalho de campo pode fazer com que ‘muitas vezes tu própria te confrontas com... se estivesses nas mesmas situações, será que não tinhas feito a mesma escolha? (…) aquelas pessoas não são vítimas, não são os desgraçados, ou melhor, não são pessoas totalmente sem escolha, eles fizeram uma escolha, foram cometer um crime.’