Título
Ser família de acolhimento: representações, facilitadores e barreiras percebidos
Autor
Anjos, Catarina Fontes
Resumo
pt
O acolhimento familiar constitui-se como uma medida de proteção privilegiada, comparativamente à colocação das crianças e jovens em acolhimento residencial. Contudo, no contexto português, verifica-se uma predominância significativa do acolhimento residencial, sendo que apenas um número muito reduzido de crianças e jovens são integrados em acolhimento familiar. Do mesmo modo, o número de famílias de acolhimento no território nacional e internacional é insuficiente face às necessidades.
Nesse sentido, foi conduzido um estudo qualitativo, que visa explorar as representações associadas às famílias de acolhimento, assim como os principais facilitadores e barreiras percebidos para se tornar família de acolhimento. Esta amostra é composta por 716 adultos (79% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 76 anos). De uma forma geral, os participantes revelaram opiniões positivas acerca das famílias de acolhimento e da sua atuação, ainda que tenham surgido algumas representações negativas. Adicionalmente, os resultados indicam que os principais facilitadores se centram nas crianças/jovens a acolher, podendo, ainda, estar relacionados com as famílias de acolhimento, ou com a comunidade. Por outro lado, as barreiras percebidas parecem ser relativas às próprias famílias de acolhimento, às crianças/jovens acolhidos, ou ao processo de acolhimento em si. Estes resultados providenciam implicações importantes para a prática profissional, nomeadamente, ao nível do recrutamento e seleção de novas famílias de acolhimento.
en
Foster care is a desirable protection measure when compared with placing children and young people in residential care. However, in the Portuguese context, there is a significant predominance of residential care, with a small-scale number of children and young people in foster care. Also, the number of foster families is insufficient, nationally and internationally, to cover the children’s needs.
Therefore, a qualitative study was conducted in order to explore representations of foster families, as well as the main facilitators and barriers perceived to becoming a foster family. This sample is composed of 716 adults (79% female, with ages between 18 and 76 years old). In general, participants revealed positive opinions about foster families and their performance, although some negative representations have emerged as well. Additionally, results indicate that perceived facilitators are mainly focused on the children/young people to be fostered and may also be related to the foster families or even to the community factors. On the other hand, the perceived barriers seem to be related to the foster families themselves, to the fostered children/young people or to the fostering process itself. These findings provide important implications for professional practices, namely, the recruitment and selection of new foster families.