Título
Para bom cuidador, meio autocuidado não basta: Comportamentos e experiências de autocuidado dos cuidadores informais
Autor
Roque, Maria Beatriz Ferreira
Resumo
pt
Prestar cuidados a alguém próximo de forma recorrente, traduz-se em algo exigente do ponto de vista físico e psicológico. Nesse sentido, é importante que os cuidadores informais não se deixem a si próprios para último lugar. O autocuidado surge de diferentes formas, porém, tem um impacto positivo quando faz parte da equação dos cuidados. O presente tudo, de natureza qualitativa, teve como principais objetivos explorar as experiências de autocuidado dos cuidadores informais, identificando quais os comportamentos praticados. De igual modo, visou identificar quais as barreiras e facilitadores à prática desses mesmos comportamentos. Para dar resposta aos objetivos estabelecidos, foram realizadas 21 entrevistas semiestruturadas a cuidadores informais de pessoas adultas com relações conjugais, de ascendência ou laterais. Os dados recolhidos foram analisados recorrendo a análise de conteúdo e análise temática, o que resultou em 28 comportamentos e três temas principais: (1) experiências de autocuidado, (2) barreiras ao autocuidado, (3) facilitadores do autocuidado. Os participantes, na sua maioria, relataram um impacto positivo da prática de comportamentos de autocuidado em termos de saúde e bem-estar; por outro lado, quando existem constrangimentos à aplicação de estratégias e comportamentos de autocuidado, o impacto negativo também se faz sentir. No entanto, é notável que a pessoa cuidada costuma estar em primeiro lugar – em grande parte, devido à falta de recursos dos cuidadores.
en
Providing care for someone close to you (viz., family members, friends, or neighbors) on a recurring basis is of high physical and psychological strain. In this sense, it is important that informal caregivers do not leave themselves to the last place. Self-care has different forms; however, it has a positive impact when it is part of the care equation. This qualitative study aimed to explore the self-care experiences of informal caregivers, identifying their behaviors. Likewise, it aimed to identify the barriers and facilitators to the practice of these behaviors. To meet the objectives, 21 semi-structured interviews were conducted to informal caregivers of adults with marital, ancestry, or lateral relationships. The collected data were analyzed using content analysis and thematic analysis, which resulted in 28 behaviors and three main themes: (1) self-care experiences, (2) barriers to self-care, (3) facilitators of self-care. Participants reported a positive impact of practicing self-care in terms of health and well-being; on the other hand, when faced with constraints to self-care strategies and behaviors, the negative impact was also reported. However, it is notable that the care recipient usually comes first – mainly due to caregivers' lack of resources.