Título
Efeitos do contexto ético no bem-estar subjetivo nas organizações
Autor
Paralta, Rita Pinto
Resumo
pt
Neste estudo procurou-se perceber se uma organização que privilegia valores éticos contribui para o bem-estar subjetivo dos seus trabalhadores. Especificamente, foram avaliados os efeitos do contexto ético organizacional, traduzido na infraestrutura ética, nas práticas de responsabilidade social e na liderança ética, sobre o bem-estar subjetivo medido pela frequência de afetos positivos, negativos e satisfação com a vida. A recolha de dados foi realizada através de questionário anónimo ao qual responderam 222 participantes.
Os resultados revelam que o contexto ético da organização influencia positivamente o bem-estar subjetivo. Nomeadamente, a liderança ética e a importância percebida do programa ético são os dois indicadores das infraestruturas éticas que predizem positivamente duas dimensões do bem-estar subjetivo. O âmbito de um programa ético e as práticas organizacionais de responsabilidade social (RSO) que visam as necessidades dos trabalhadores estão associados a maior frequência de afetos positivos do que afetos e experiências negativas. Os resultados do estudo indicam ainda que a liderança ética assume um papel moderador em algumas relações entre fatores contextuais da ética organizacional, como a infraestrutura ética e a responsabilidade social percebida, e o bem-estar subjetivo dos colaboradores. Além disso, o bem-estar subjetivo não só é influenciado por fatores contextuais, como também por fatores individuais, particularmente a identidade moral. Esta modera os efeitos da liderança ética e da RSO percebida pelos trabalhadores sobre a satisfação com a vida.
en
This study sought to understand whether an organization that priveleges ethical values contributes to the subjective well-being of its workers. Specifically, the effects of the organizational ethical context, translated into ethical infrastructure, social responsibility practices and ethical leadership, on subjective well-being measured by the frequency of positive, negative affects and satisfaction with life were evaluated. The data-gathering was carried out through an anonymous questionnaire to which 222 participants responded.
The results reveal that the ethical context of an organization, positively influences the subjective well-being. Namely, ethical leadership and the perceived importance of the ethical program are the two indicators of ethical infrastructures that positively predict the two dimensions of subjective well-being. The purpose of an ethical program and the organizational practices of social responsibility (RSO) that targets the needs of workers reflect a greater propensity for frequently positive affects rather than negative affects and experiences. The results of the study indicates that ethical leadership assumes a moderating role in some relationships between contextual factors of organizational ethics, such as ethical infrastructures and perceived social responsibility, and the subjective well-being of employees. In addition, subjective well-being is not only influenced by contextual factors, but also by individual factors, particularly moral identity. It moderates the relationship between ethical leadership and the RSO perceived by workers with satisfaction with life.