A relação interparental fornece um modelo para os relacionamentos amoroso dos filhos e a investigação tem mostrado que o conflito interparental destrutivo tem implicações negativas para os relacionamentos amorosos dos adultos emergentes. Especificamente, os estudos nesta área têm mostrado efeitos nocivos do conflito interparental nas competências de regulação emocional e no compromisso relacional dos adultos emergentes, assim como na sua satisfação com, e na qualidade das relações de namoro. Contudo, pouco se sabe acerca do papel do compromisso relacional e das competências de regulação emocional, na relação entre a exposição ao conflito interparental e a satisfação e qualidade dessas relações. Com o objetivo de aumentar o conhecimento científico sobre este tema, o presente estudo analisou o papel mediador da desregulação emocional e do compromisso com a relação, na associação entre a exposição ao conflito interparental destrutivo e a qualidade e satisfação da relação de namoro de adultos emergentes. Participaram neste estudo 425 adultos emergentes entre os 18 e os 25 anos, que estão, ou estiveram nos últimos 6 meses, numa relação de namoro. Os resultados revelaram que o conflito interparental está associado a menor satisfação e a pior qualidade da relação de namoro através de maior desregulação emocional e menor compromisso com a relação. Este estudo reforça o papel do conflito interparental enquanto preditor de dificuldades nas relações de namoro de adultos emergentes, e salienta a importância das competências de regulação emocional e do compromisso com a relação enquanto mecanismos explicativos dessa associação, tendo assim importantes implicações para a prática.

The interparental relationship provides a model for offspring’s relationships, and research has shown that destructive interparental conflict has negative implications for emerging adults’ romantic relationships. Specifically, studies in this area have shown harmful effects of interparental conflict on emerging adults’ emotional regulation skills and relationship commitment, as well as on their satisfaction with, and the quality of, their romantic relationships. However, little is known about the role of relational commitment and emotional regulation skills in the relationship between exposure to interparental conflict and the satisfaction and quality of these relationships. To address this gap in the literature, the present study investigated the mediating role of emotional dysregulation and relationship commitment in the association between exposure to destructive interparental conflict and emerging adults’ romantic relationship quality and satisfaction. Participants were 425 emerging adults, aged 18 and 25 years old, who were, or had been in the past 6 months, in a romantic relationship. Supporting our hypothesis, results revealed that exposure to destructive interparental conflict was associated with less satisfaction and worse relationship quality through greater emotional dysregulation and less commitment to the relationship. This study supports previous research by reinforcing the role of interparental conflict as a predictor of emerging adults’ difficulties in their romantic relationships and highlights the importance of emotional regulation skills and commitment to the relationship as explaining mechanisms of that association, thus providing important implications for practice.