Título
Coping styles and well-being in international students: The role of cultural factors
Autor
Vojtova, Klara
Resumo
pt
Apesar da elevada prevalência das perturbações de stress no mundo globalizado, o nosso
entendimento das diferenças transculturais nos estilos de "coping" e do seu impacto no bem-estar
é relativamente limitado. Alguns investigadores argumentam que existem estilos de "coping" que
são universalmente mais eficazes, enquanto outros sugerem que os estilos de "coping" coerentes
com a cultura são os mais benéficos e resultam em maior bem-estar. O presente estudo investiga
os efeitos da orientação cultural (individualismo e coletivismo) nos estilos de "coping" e no bem-estar de estudantes internacionais em Portugal (N = 110), através de um questionário "online". O
estudo procura comparar as perspetivas universal e de especificidade cultural no que diz
respeito à eficácia da estratégia de "coping" usada num macro contexto cultural coletivista. De
acordo com a literatura dominante, esperávamos que os participantes coletivistas usassem
estilos de "coping" de evitamento cognitivo e que este estilo de "coping" prejudicasse o bem-estar.
Comparámos esta predição com a que deriva da perspetiva da especificidade cultural, que
propõe os estilos de "coping" evitante e emocional, dominantes em culturas coletivistas, deveriam
resultar em maior bem-estar. Encontrámos uma associação significativa entre a orientação
cultural dos estudantes (individualismo) e o estilo de "coping" (instrumental), o que corrobora
parcialmente a perspetiva de especificidade cultural. Contudo, não encontrámos resultados que
apoiassem de forma conclusiva os modelos de "coping" cultural, uma vez que o estilo de "coping"
emocional se associou a um prejuízo no bem-estar, para além da coerência cultural. O papel
mediador do uso de estilos de "coping" coerentes com a cultura na relação entre orientação
cultural e bem-estar também não se verificou. O estudo sublinhou o importante papel da cultura
na gestão do stress e "coping" e concluiu pela existência de diferenças culturais nas estratégias de
"coping" preferenciais. No entanto, salienta a necessidade de obter mais "insight" sobre os efeitos
culturalmente específicos das diferentes estratégias de "coping" no bem-estar dos indivíduos.
en
Despite a high prevalence of stress in the globalised world, our understanding of crosscultural differences in coping styles and their impact on well-being remains limited. Some
researchers argue for universal effectiveness of specific coping styles, while others suggest
that coping styles congruent with cultural factors are the most beneficial for well-being.
This study investigated the effects of cultural orientations (individualism and collectivism)
on coping styles and well-being of international students (N = 110) in Portugal using an
online questionnaire. Our study aimed to compare the universal and culturally specific
perspectives on coping in a collectivist context. According to the dominant literature, we
expected collectivist participants to use more emotional and avoidant coping styles, and we
expected these coping styles to be associated with negative well-being outcomes. We
compared this prediction to the culturally specific perspective, which proposed that
emotional and avoidant coping would be related to positive well-being outcomes, due to
cultural congruence. We found a significant association between one cultural orientation
(individualism) and coping styles, which partially corroborated the culture-specific
perspective. However, we did not find conclusive support for cultural coping models, as
emotional coping style was associated with negative well-being, despite cultural
congruence, and the mediating role of culturally congruent coping styles in well-being was
not supported. Our study highlighted the important role of culture in stress and coping, and
we concluded that cross-cultural differences in coping are relatively well-supported,
however more insight is needed into culture-specific outcomes of coping.