Título
The EU's normative power in the eastern neighbourhood: a critical discourse analysis
Autor
Pedrosa, Mafalda Inês Infante
Resumo
pt
Em 2004 e 2007, a União Europeia (UE) levou a cabo dois dos seus mais importantes
alargamentos, que incluiram países do espaço pós-soviético, frequentemente vistos como
menos estáveis, menos democráticos e menos desenvolvidos. Estes alargamentos trouxeram
novos desafios para a UE e espoletaram mudanças na sua política externa, entre as quais a
criação da Política Europeia de Vizinhança (PEV), em 2004, que incluiu países das fronteiras
a Este e a Sul. Esta política tinha o objetivo de criar uma vizinhança estável e próspera, contribuindo, simultaneamente, para a segurança da UE. A criação desta política contribuiu para
o debate sobre “a UE como um tipo de ator diferente”, nomeadamente, a UE como um poder
normativo. Assim, o objetivo desta dissertação é estudar o conceito de “Normative Power Europe” aplicado à PEV, especificamente à sua dimensão oriental, com especial foco na democracia. Através de uma abordagem pós-estruturalista, conduzimos uma análise crítica de discurso para entender como a UE constrói discursivamente representações de si própria e de
outros, perpetuando relações de poder. Para tal, analisámos os principais documentos da PEV
e da Parceria Oriental, tal como comunicados de imprensa, tomadas de posição e discursos
sobre a situação na Bielorrúsia, Geórgia e Ucrânia, entre 2003 e 2020. As conclusões retiradas
demonstram que a UE constrói, discursivamente, representações de si própria como “poder
normativo”, “modelo de democracia e direitos humanos”, como “responsável” e “verdadeiramente europeia”, e dos países parceiros como “não-normativos”, uma “ameaça existencial”,
“inferiores”, “entidades que violam os princípios universais” e “não-Europeus”.
en
In 2004 and 2007, the European Union (EU) underwent two of its most important enlargements, including countries from the post-soviet space, perceived as less stable, democratic, and
developed. This momentum constituted a challenge for the EU, leading to several reforms in
its foreign policy, namely the launching of the European Neighbourhood Policy (ENP) in 2004,
that included countries from the eastern and southern borders. This policy aimed to create a
stable and prosperous neighbourhood, contributing, simultaneously, to the EU’s security. The
creation of this policy contributed to the debate on ‘the EU as a different kind of actor’, specifically, the EU as a normative
power. Thus, the goal of this dissertation is to study the concept of Normative Power Europe
applied to the ENP, more specifically to its eastern dimension, with a focus on democracy.
With a post-structuralist approach, we conducted a critical discourse analysis to understand
how the EU constructs, through discourse, representations of itself and others, perpetuating
power relations. In order to do so, we analysed the main policy documents of the ENP and the
Eastern Partnership (EaP), as well as press releases, statements and speeches about the situation
in Belarus, Georgia and Ukraine, between 2003 and 2020. This work concludes that the EU
discursively constructs representations of itself as a ‘normative power’, a ‘democracy and human rights model’, as ‘responsible’, and as ‘truly European’, and representations of the partner
countries as ‘non-normative’, as an ‘existential threat’, as ‘inferior’, as ‘entities that violate
universal principles’, and as ‘non-Europeans’.