Título
Da estrutura natural à infraestrutura da cidade: Plano do corredor verde do planalto: Redesenho da estação de Sete Rios e sua envolvente
Autor
Almeida, João Maria da Silva
Resumo
pt
Este ensaio inicia-se pela constatação de que a linha férrea é
um limite impeditivo de construção da cidade, criando uma barreira
onde o cidadão não habita. No entanto, procura-se potencializar e
humanizar este limite de modo a que a cidade contemporânea
possa coexistir com as infraestruturas inerentes ao tempo.
Procura-se refletir sobre uma cidade mais sustentável, tema
extremamente relevante nos nossos dias, como mote para melhorar
e requalificar a vida urbana, não só em termos ambientais, como o
tema dos corredores verdes, como também na devolução do
espaço público ao peão.
Um dos temas centrais deste trabalho é a continuação do
projeto do corredor verde, iniciado pelo professor Arquiteto Gonçalo
Ribeira Telles, comparando casos de estudo selecionados com a
cidade de Lisboa. Pretende-se estudar e conceptualizar sobre a
possibilidade de um corredor verde no planalto central, de Monsanto
ao Vale de Chelas, usando as depressões ou elevações do território
urbano, resultantes da implantação da linha férrea no século
passado.
Devido à especulação imobiliária nos nossos tempos, a
competição pela utilização do solo é substancial e retira elegibilidade
ao espaço público qualificado. Deste modo, pareceu certo a
utilização do percurso suave, e essencialmente disponível, da
linha férrea dentro da cidade para a criação de um conjunto de
espaços verdes de fácil acesso e que permitem a sobreposição das
infraestruturas de mobilidade com a vivência quotidiana qualificada.
Procurou-se mudar o paradigma do conceito de limite, habitando-o.
Com a análise dos temas mencionados, propôs-se um
exemplo de intervenção no nó de Sete Rios como primeiro lugar
onde o novo corredor verde se desenvolve, partindo da proximidade
do parque florestal de Monsanto. É o local de entrada ao centro de
Lisboa, próximo do parque florestal de Monsanto, onde convergem
fortes infraestruturas - rodoviária, ferroviária e metropolitana - das
quais resulta uma falsa continuidade de espaço público. O projeto
procura organizar as infraestruturas dando prioridade ao peão
e construir, reabilitar e habitar o edificado e viadutos existentes.
en
This essay begins with the observation that the railway is an
impeditive limit for the construction of the city, creating a barrier
where the citizen does not live. However, it seeks to enhance and
humanize this limit so that the contemporary city can coexist with
the infrastructures inherent to time.
It seeks to reflect on a more sustainable city, an extremely relevant
topic today, as a motto to improve and requalify urban life, not
only in environmental terms, but also the theme of green corridors,
such as the return of public space to pedestrians.
One of the central themes of this work is the continuation of
the green corridor project, initiated by Professor Gonçalo Ribeira
Telles, comparing selected case studies with the city of Lisbon. It
is intended to study and conceptualize the possibility of a green
corridor in the central plateau, from Monsanto to Vale de Chelas,
using the depressions or elevations of the urban territory, resulting
from the implementation of the railway line in the last century.
Due to real estate speculation in our time, competition for
land use is substantial and withdraws eligibility for qualified public
space. In this way, it seemed right to use the smooth, and essentially
available, railway route within the city to create a set of easily
accessible green spaces that allow for the overlapping of mobility
infrastructures with qualified daily living. We tried to change the
paradigm of the concept of limit, inhabiting it.
With the analysis of the mentioned themes above, an
example of intervention in the Sete Rios node was proposed, as the
first place where the new green corridor develops, starting from
the proximity of the Monsanto forest park. It is the gateway to the
center of Lisbon, close to the Monsanto forest park. where strong
infrastructures converge - road, railway and metropolitan - which
result in a false continuity of public space. The project then seeks to
organize the infrastructure giving priority to pedestrians and build,
rehabilitate and inhabit existing buildings and viaducts.