Título
Tecnologias e bem-estar: Um estudo sobre os efeitos da tecnologia no conflito trabalho-família e emoções negativas
Autor
Cóias, Carolina Palma Ferro de Sousa
Resumo
pt
As tecnologias de informação e comunicação (TICs) estão cada vez mais presentes no nosso quotidiano, tanto no local de trabalho quer na vida familiar. Ainda que as TICs facilitem inúmeras funções no trabalho, estas também podem levar os utilizadores a experienciar technostress devido à sobrecarga, complexidade, privacidade e inclusão. O objetivo deste estudo é analisar a relação entre os technostressors, o conflito trabalho-família e as emoções negativas dos trabalhadores.
Desenvolveram-se as hipóteses de que os technostressors estariam positivamente associados ao conflito trabalho-família e às emoções negativas. Foi também considerado que o conflito trabalho-família mediaria a relação entre cada um dos technostressors e as emoções negativas. Por último, foi testada a hipótese de que a preferência pela segmentação iria moderar a relação entre cada um dos technostressors e o conflito trabalho-família. Os dados foram recolhidos utilizando um questionário no qual participaram 339 trabalhadores. Relativamente às duas primeiras hipóteses, os resultados mostram que apenas a sobrecarga e a complexidade estão relacionadas com emoções negativas, e que todos os technostressors, a saber, a sobrecarga, complexidade, privacidade e inclusão, apresentaram uma relação positiva com o conflito trabalho-família. Chegou-se ainda à conclusão de que o conflito trabalho-família medeia a relação entre cada um dos technostressors e as emoções negativas. Relativamente à preferência pela segmentação, como moderador, os resultados encontrados não suportam a hipótese formulada.
Neste estudo é sugerido que os technostressors podem contribuir para uma maior experiência de emoções negativas e a um maior conflito trabalho-família, pelo que são apresentadas algumas recomendações para as organizações implementarem, de modo a reduzir estes efeitos.
en
The technologies concerning information and communication are more and more current in our daily life, both at the workplace and in family life. TICs make endless functions much easier, but they are also prone to take their users to experience technostress, owing to overload, complexity, privacy, and inclusion. The goal of the present study is the analysis of the relationship between technostressors, the conflict work-family and the negative emotions the workers were submitted to. The hypotheses, that technostressors might be, positively, associated with the conflict work-. family and the negative emotions were examined. It was also considered if the conflict work-family would mediate the relationship of the technostressors and the negative emotions. Finally, it was tested if the preference for the segmentation would somehow mediate the relationship of technostressors and the conflict work-family. The data were collected using a questionnaire with the participation of 339 workers. Considering the two first hypotheses, the results indicated that only overload and complexity were related with the negative emotions and that the technostressors, namely, overload, complexity, privacy, and invasion, showed a positive relationship with the conflict work-family. It was also reached the conclusion that the conflict work-family mediated the relationship between technostressors and the negative emotions. As for the preference for segmentation as a moderator, the results obtained did not support the hypotheses formulated. In this study it was also suggested that technostress could also contribute to achieve a greater experience of the negative emotions and a greater conflict work-family, that is why some measures were suggested to the organizations to minimize the effects.