Título
Singing to exist. Narratives and trajectories of African and Afro-descendant rappers in Lisbon
Autor
Benebgui, Jonatan Israel
Resumo
pt
O fosso educacional entre os estudantes nativos brancos e os seus pares africanos e
afrodescendentes tem sido amplamente estudado e explicado por estudos
transnacionais. A discriminação percecionada tem sido sublinhada como um preditor de
desinteresse académico em grupos minoritários. A discriminação está, ainda,
relacionada com o baixo bem-estar e com o envolvimento em comportamentos de risco.
Embora muita investigação tenha posto o foco nas origens da discriminação racial — a
qual, no contexto português, advém de uma longa história de colonialismo e negação —
os estudos sobre as estratégias para combater o estigma são limitados em Portugal. No
entanto, algumas investigações têm salientado os efeitos positivos da música rap no
bem-estar psicológico da juventude marginalizada. Este estudo explora, através de
entrevistas semiestruturadas, as narrativas de onze jovens africanos e afrodescendentes
das cidades de Sintra e Amadora que utilizam a música rap como meio de expressão. Foi
realizada uma análise temática para analisar os dados. Os testemunhos sugerem que os
jovens encontraram na música rap o lugar de pertença que o sistema educacional não
conseguiu proporcionar. Os resultados, limitações e sugestões para futuras pesquisas e
políticas educacionais são discutidos.
en
The educational achievement gap between white native students and their African and
Afro descendant peers has been widely studied and explained by transnational studies.
Perceived discrimination has been pointed out as a predictor for academic
disengagement in minority groups. Discrimination is also related to low well-being and
involvement in risk behaviors. While much research has shed light on the origins of racial
discrimination — which, in the Portuguese context, stems from a long history of
colonialism and denial — studies on coping strategies to stigma are limited in Portugal.
However, some research has highlighted the positive effects of rap music in
psychological well-being for marginalized youth. This study explores, through semi -
structured interviews, the narratives of eleven male African and Afro descendant
youngsters from the cities of Sintra and Amadora who use rap music as means of
expression. A thematic analysis was conducted to analyze the data. The testimonies
suggest that the youngsters found in rap music the place of belonging that the
educational system failed to provide. Results, limitations and suggestions for future
research and educational policies are discussed.