A pandemia de COVID-19 trouxe mudanças para a realidade do trabalho acelerando as tendências do trabalho remoto e ultrapassando o ceticismo anterior sentido nesta direção. Desta forma, esta investigação qualitativa visou explorar como as práticas de GRH podem, na perspetiva dos colaboradores, influenciar o seu bem-estar durante o trabalho remoto, permitindo às empresas alavancar o bem-estar dos mesmos, bem como o desempenho individual e organizacional. Neste sentido, foram entrevistados vinte e cinco colaboradores em regime de trabalho remoto, utilizando entrevistas semiestruturadas para recolher os dados. Os dados foram analisados seguindo uma análise temática da qual emergiram três temas: benefícios e desafios do trabalho remoto, impacto do trabalho remoto nas práticas de GRH, e influência das práticas de GRH no bem-estar dos trabalhadores durante o trabalho remoto. As conclusões vieram apoiar e expandir a literatura existente, equipando as organizações com conhecimentos importantes para o seu planeamento estratégico. Primeiramente, foi possível entender que, apesar dos esforços para mitigar os desafios do trabalho remoto, os colaboradores ainda identificam um maior número de desafios no trabalho remoto face aos benefícios. Além disto, o estudo permitiu perceber que, para a maioria das práticas estudadas, os participantes identificam mais diferenças negativas em comparação com diferenças positivas no que toca a implementação destas práticas no trabalho remoto. Finalmente, este estudo permitiu compreender que, das práticas analisadas, flexible job design, performance management, training and development e employee involvement and participation são as práticas percecionadas pelos participantes como as mais importantes para o seu bem-estar durante o trabalho remoto.

The COVID-19 pandemic brought changes to the reality of work, accelerating remote work trends, and overcoming the previous scepticism in this direction. Therefore, this qualitative research aimed at exploring how HRM practices can, from the employees' perspective, influence their well-being during remote work, allowing companies to leverage employees’ well-being, as well as individual and organizational performance. In this sense, twenty-five remote workers were interviewed, using semi-structured interviews to collect the data. The data was then analysed following a thematic analysis from which three themes emerged: benefits and challenges of remote work, impact of remote work on HRM practices, and influence of HRM practices on employees' well-being during remote work. The findings came to support and expand the existing literature, equipping organizations with important knowledge for their strategic planning. First, it was possible to understand that despite efforts to mitigate the challenges of remote work, employees still identify a greater number of challenges compared to benefits. In addition to that, the research allowed to understand that, for most of the practices being studied, participants identify more negative differences compared to positive differences when regards to the implementation of these practices in remote models. Finally, this study allowed to understand that, of the practices analysed, flexible job design, performance management, training and development and employee involvement and participation are the practices perceived by the participants as the most important for their well-being during remote work.