Título
"Aqui, ali, em qualquer lugar". Preditores de bem-estar de teletrabalhadores durante a pandemia da COVID-19
Autor
Moura, Maria Neyara de Andrade
Resumo
pt
O teletrabalho tornou-se uma prática frequente com a pandemia da Covid-19. No entanto, a relação do teletrabalho com o bem-estar dos trabalhadores não tem gerado evidências suficientes e requer mais investigação. Este estudo visou identificar os preditores de bem-estar psicológico e subjetivo de teletrabalhadores, tendo em conta as preocupações motivadas pela Covid-19, a qualidade da experiência de teletrabalho, o comprometimento afetivo, as exigências laborais e as interações informais durante o período de confinamento. Foi ainda considerada a escolaridade, o grau de autonomia no trabalho, o sexo e a interferência das pessoas que coabitam na prática do teletrabalho. Participaram neste estudo 175 teletrabalhadores que responderam a um inquérito online, composto por questionários que incluíram as medidas mencionadas. O bem-estar psicológico relacionou-se positivamente com o comprometimento afetivo dos trabalhadores. A percepção de bem-estar subjetivo foi superior nos homens e relacionou-se positivamente com a qualidade da experiência de teletrabalho. Tanto o bem-estar psicológico quanto o subjetivo relacionaram-se negativamente com o medo da Covid-19. Esses achados podem colaborar para uma compreensão mais detalhada e atual acerca dos fatores associados ao bem-estar dos teletrabalhadores e despertam interesse para futuras pesquisas a respeito da prática do teletrabalho sem o medo da Covid-19. Por fim, fornecem ferramentas para que indivíduos e empresas maximizem resultados positivos e minimizem possíveis consequências negativas do regime de teletrabalho, garantindo a continuidade das operações das empresas, nomeadamente face a impedimentos de execução de tarefas presencialmente.
en
Teleworking has become a frequent practice with the COVID-19 pandemic. However, the relationship between telecommuting and employee well-being has not generated sufficient evidence and requires further investigation. This study aimed to identify predictors of the psychological and subjective well-being of teleworkers, considering the concerns motivated by COVID-19, the telework experience, affective commitment, work demands and informal interactions during the confinement period. Schooling, degree of autonomy at work, gender, and the interference of people who cohabit in the practice of teleworking were also considered. 175 teleworkers participated in this study, who answered an online survey, consisting of questionnaires that included the aforementioned measures. Psychological well-being was positively related to workers' affective commitment. The perception of subjective well-being was higher in men and was positively related to the telecommuting experience. Both psychological and subjective well-being were negatively related to fear of COVID-19. These findings can contribute to a more detailed and current understanding of the factors associated with the well-being of teleworkers and arouse interest for future research on the experience of telecommuting without the fear of COVID-19. Finally, they provide tools for individuals and companies to maximize positive results and minimize possible negative consequences of the telework regime, ensuring the continuity of company operations, namely in the face of impediments to carrying out tasks in person.