Título
Impacto dos movimentos sociais no combate ao VIH e Sida: O caso do Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT)
Autor
Tomaz, João Francisco Ramos
Resumo
pt
A presente dissertação visa compreender o impacto que os movimentos sociais assumem no
combate e prevenção do VIH/Sida desde o primeiro caso reportado mundialmente em 1981.
Até à atualidade, a epidemia de VIH/Sida – apesar do vírus não ter a mesma taxa de transmissão
e letalidade – já causou cerca de 36,3 milhões de óbitos e todos os anos espoleta centenas de
milhares de mortes causadas por doenças associadas à Sida.
Nos primeiros anos da epidemia, houve um total alheamento de respostas públicas por
parte dos governos mundiais, deixando os doentes à sua sorte na luta por cuidados de saúde. O
preconceito que imperava – nomeadamente na designação do cancro gay, mais tarde também
conotado com profissionais do sexo e consumidores de drogas injetáveis – inibia as respostas
institucionais de cuidados e tratamentos.
O grande impulso para a evolução de políticas públicas – no caso do VIH – ao nível de
cuidados de saúde e prevenção, deveu-se inegavelmente ao ativismo. Atualmente, o ativismo
ainda desempenha um papel preponderante na assistência e defesa de doentes, rastreio, redução
de danos, prevenção, produção científica, combate ao estigma, evolução legislativa e,
consequentemente, combate à propagação do VIH.
O Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) é um exemplo de institucionalização do
ativismo. Fundado em 2001, veio advogar a universalização de tratamentos antirretrovirais,
mudanças legislativas e a dignidade das pessoas direta ou indiretamente afetadas pelo VIH. É
através do GAT que nos propomos a olhar para a evolução do papel das Organizações que
atuam na área do VIH.
en
This dissertation aims to understand the impact that social movements have on the fight and
prevention of HIV/AIDS since the first case reported worldwide in 1981. To date, the
HIV/AIDS epidemic – even though virus does not have the same rate of transmission and
lethality – has caused about 36.3 million deaths and every year has seen hundreds of thousands
of deaths caused by AIDS-related diseases.
In the early years of the epidemic there was a total o-call by the world governments,
leaving the sick to their fate in the fight for health care. The prevailing prejudice – notably in
the designation of gay cancer, later also connoted with sex workers and injecting drug users –
would inject institutional responses to care and treatment.
The great impetus for the evolution of public policies – in the case of HIV – in terms of
health care and prevention was undeniably due to activism. Currently, activism still plays a
major role in welfare, screening, harm reduction, prevention, scientific production, combating
stigma, legislative evolution, patient advocacy and, consequently, combating the spread of HIV.
The Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) is an example of institutionalization of
activism. Founded in 2001, it advocated the universalization of antiretroviral treatments,
legislative changes and the dignity of people directly or indirectly affected by HIV. It is through
the TA that we propose to look at the evolution of the role of organizations working in HIV.