A voraz emergência do partido Europeus Conservadores e Reformistas (ECR) tem vindo a desencadear constante curiosidade e espanto quer por parte do meio académico, quer pelos tradicionais partidos europeus. Indissociável de temas em voga e tidos por definitivos como a globalização e o projeto federalista europeu, por ser um crítico acérrimo de ambos, o grupo ECR é considerado hoje em dia um partido tanto incontornável no campo do euroceticismo quanto temido pelos partidos tradicionais. Nos países europeus mais preponderantes, os seus principais membros ou estão no governo ou são o principal partido da oposição. Este facto deve, efetivamente, levar-nos a refletir profundamente sobre que modelo de integração europeia podemos e devemos ter uma vez que a crescente tensão entre os espaços doméstico e europeu gera quezílias, que paulatinamente vão desgastando e enfraquecendo a coerência e credibilidade da União Europeia (UE). Isto é, este partido não só coloca em causa o presente e dominante modelo federalista da UE, baseando-se em factos concretos ocorridos num passado recente, como também a sua visão pode constituir um prenúncio daquilo que poderá vir a ser o futuro da integração europeia. Como tal, o seu intrigante alternativo modelo de integração europeia torna-se um tema de pertinente análise, procurando conciliar a soberania do Estado-Nação europeu com o projeto de integração europeia. Deste modo, a inevitabilidade e relevância da confrontação entre o que este partido propõe e o projeto federalista da UE reúnem todas as condições para dar origem a um atual e impactante estudo.

The voracious emergence of the European Conservatives and Reformists (ECR) party has been triggering constant curiosity and astonishment both on the part of the academia and the traditional European parties. Inseparable from themes in vogue and considered definitive as globalisation and the European federalist project, for being a staunch critic of both, the ECR group is nowadays considered a party that is both unavoidable in the camp of Euroscepticism and feared by traditional parties. In the most dominant European countries, their main members are either in government or are the main opposition party. This fact should, effectively, lead us to reflect deeply on what model of European integration we can and should have, since the growing tension between the domestic and European spaces generates quarrels, which gradually wear out and weaken the coherence and credibility of the European Union (EU). That is, this party not only questions the present and dominant federalist model of the EU, based on concrete facts occurred in the recent past, but also its vision can constitute a harbinger of what could become the future of the European integration. As such, its intriguing alternative model of European integration becomes a topic of pertinent analysis, seeking to reconcile the sovereignty of the European Nation-State with the project of European integration. This way, the inevitability and relevance of the confrontation between what this party proposes and the federalist project of the EU gather all the necessary conditions to give place to a current and impactful study.