Título
Memória adaptativa: Exame dos mecanismos proximais do efeito de reprodução
Autor
Nascimento, Bruna Stoffel
Resumo
pt
A literatura tem revelado uma melhor retenção da informação processada num contexto de reprodução do que num contexto de controlo – efeito de reprodução. O presente estudo replicou este efeito e explorou os seus mecanismos proximais com base na hipótese de que a vantagem mnésica observada no contexto de reprodução se poderá dever à maior emocionalidade envolvida neste contexto. Para tal, replicou-se o estudo de Pandeirada et al. (2017; experiência 2). Participantes (N = 57) do sexo feminino avaliaram a desejabilidade de faces masculinas acompanhadas por descritores desejáveis, indesejáveis e neutros, apresentados num contexto de procura de um parceiro amoroso (contexto de reprodução) ou de procura de um colaborador de trabalho (contexto de trabalho). A emocionalidade foi explorada através de medidas psicofisiológicas, nomeadamente, a frequência cardíaca. De forma geral, os resultados replicaram o estudo original, observando-se um maior reconhecimento de faces apresentadas num contexto de reprodução do que num contexto de trabalho. Verificou-se, ainda, uma aceleração significativa da frequência cardíaca durante a apresentação do contexto de reprodução (vs. trabalho) embora esta diferença não tenha sido observada durante a codificação das imagens. A diferença entre condições também não foi significativa nas medidas subjetivas de desejabilidade, valência e ativação provocadas pelos descritores. Este estudo apresenta assim alguma evidência de que a emocionalidade possa constituir um potencial mecanismo proximal do efeito de reprodução. No entanto, serão necessários estudos adicionais para explorar de forma mais profunda os mecanismos emocionais subjacentes ao efeito de reprodução em particular e à memória adaptativa em geral.
en
The literature has consistently revealed improved retention for information processed in a context of reproduction than in a control context – mating effect. The present study replicated this effect and explored its proximal mechanisms based on the hypothesis that the memory advantage observed in the mating context could be due to the greater emotionality involved in this context. To this end, we replicated Pandeirada et al.’ (2017; experiment 2) study. Female participants (N = 57) rated the desirability of male faces accompanied by desirable, undesirable, and neutral descriptors, presented in the context of seeking a long-term romantic partner (mating context) or a long-term work collaborator (work context). Emotionality was explored through psychophysiological measures, namely, heartbeat rate. Overall, the results replicated the original study, namely a greater recognition of faces presented in the mating context than in the working context. A significant acceleration of the heart rate during the presentation of the mating context (vs. work) was also observed. Still, this difference was not observed during the encoding of the faces. There were no significant differences between conditions in the subjective measures of desirability, valence, and activation provoked by the descriptors. The current work provides some evidence that emotionality can constitute a potential proximal mechanism of the mating effect. However, additional studies are required to further explore the emotional mechanisms underlying the mating effect in particular and adaptive memory in general.