Título
Supressão emocional e ajustamento à dor crónica: O papel moderador da qualidade da relação
Autor
Uchôa, Jaylson Dantas
Resumo
pt
Na Europa, cerca de 19% dos adultos sofrem de dor crônica, afetando um em cada cinco
indivíduos. Isso gera custos substanciais para pacientes, famílias e impactos econômicos
e de saúde na sociedade como toda. Aqui, buscamos analisar como a supressão emocional
afeta o ajustamento à dor crônica, focando na satisfação conjugal, formulando as
seguintes hipóteses: (H1) Maior supressão emocional estará associada a mais sintomas
de ansiedade, depressão e estresse, severidade e interferência. (H2) A satisfação conjugal
modera a relação entre supressão emocional e ajustamento à dor crônica. Participaram
neste estudo de design transversal correlacional, 117 pessoas (92,3% mulheres;
Midade=42,44 anos) estavam em relacionamentos amorosos e sofriam de dor crônica. Estas
preencheram instrumentos para avaliar dimensões de ajustamento a dor (intensidade e
grau de interferência da dor, sintomas de ansiedade, depressão e stress), satisfação
conjugal e regulação emocional. Os resultados indicaram que a supressão emocional
estava significativamente ligada à depressão em pacientes com dor crônica, mas não
foram encontradas associações significativas com outros aspectos do ajustamento à dor,
como ansiedade, estresse, severidade e interferência da dor. Todavia, a hipótese de que a
satisfação conjugal moderaria essa relação não foi confirmada. Os resultados destacam
que níveis reduzidos de satisfação conjugal estão correlacionados com níveis mais altos
de ansiedade em pacientes com dor crônica. Isso sublinha a complexidade das interações
entre supressão emocional, depressão, ansiedade e satisfação conjugal em pacientes desta
amostra, oferecendo valiosas percepções sobre a regulação emocional e impacto no bemestar,
assim como o papel das relações conjugais nesse contexto.
en
In Europe, around 19% of adults suffer from chronic pain, affecting one in five
individuals. This generates substantial costs for patients, families and economic and
health impacts on society as a whole. Here, we sought to analyze how emotional
suppression affects adjustment to chronic pain, focusing on marital satisfaction,
formulating the following hypotheses: (H1) Greater emotional suppression will be
associated with more symptoms of anxiety, depression and stress, severity and
interference. (H2) Marital satisfaction moderates the relationship between emotional
suppression and adjustment to chronic pain. In this cross-sectional correlational study,
117 people (92.3% women; age = 42.44 years) were in romantic relationships and
suffered from chronic pain. They completed instruments to assess dimensions of
adjustment to pain (intensity and degree of pain interference, symptoms of anxiety,
depression and stress), marital satisfaction and emotional regulation. The results indicated
that emotional suppression was significantly linked to depression in patients with chronic
pain, but no significant associations were found with other aspects of pain adjustment,
such as anxiety, stress, severity and interference of pain. However, the hypothesis that
marital satisfaction would moderate this relationship was not confirmed. The results
highlight that reduced levels of marital satisfaction are correlated with higher levels of
anxiety in patients with chronic pain. This underlines the complexity of the interactions
between emotional suppression, depression, anxiety and marital satisfaction in patients in
this sample, offering valuable insights into emotional regulation and its impact on well-being,
as well as the role of marital relationships in this context.