Título
Engaging with cultural difference: Anthropology and its assumptions, contradictions and paradoxes
Autor
Almeida, Igor Torres de
Resumo
pt
Neste trabalho, irei tratar os modos pelo quais a diferença cultural é recorrentemente concebida e
abordada na antropologia. Irei assinalar as repercussões que a diferença acarreta para os exercícios
conceitual-descritivos da disciplina, bem como explicitar a lógica que justifica os sentidos de que é
revestida. Aprofundando-me na literatura antropológica, atendendo a contribuições oriundas das
tradições filosóficas da hermenêutica, da fenomenologia e do pragmatismo, irei argumentar como três
premissas são fundamentais para a maneira como os propósitos da antropologia são definidos, como
a produção do seu conhecimento é distinguida, e como é encarada a prática de trabalho de campo no
seu âmbito. Como resultado, irei evidenciar as contradições e paradoxos subjacentes a cada uma
destas três premissas; respetivamente, no decurso de uma crítica epistemológica, ética e moral. Num
desfecho final, irei defender por que razão a adesão teórica, metodológica e deontológica a estas
premissas constitui um modo de inautenticidade.
Em contrapartida, irei escrutinar de perto como a diferença pode ser reconsiderada a partir da
proficiência dos princípios interpretativos, éticos e morais do antropólogo para a produção de
conhecimento na disciplina. Portanto, esta dissertação será uma tentativa de, por um lado, inspecionar
as falácias do raciocínio que sustenta a diferença tal como é interpretada em conjunção com um
projeto teórico e descritivo; e, por outro lado, evidenciar as ramificações pertinentes a um
envolvimento autêntico da antropologia com a diferença.
en
In this work, I will address the manners in which cultural difference is recurrently conceived and
approached in anthropology. I will pinpoint the repercussions that difference holds for the
conceptual-descriptive exercises of the discipline, as well as expand on the rationale that justifies its
particular connotations. Delving on the anthropological literature, while keeping in mind the
contributions of the philosophical traditions of hermeneutics, phenomenology, and pragmatism, I will
argue how three premises are fundamental to the way that the purposes of anthropology are defined,
the production of its knowledge is distinguished, and its practice of fieldwork is envisaged.
Consequently, I will reveal the contradictions and paradoxes that these premises entail; respectively,
in the course of an epistemological, ethical, and moral critique. I will contend, as an overall
assessment, how the theoretical, methodological, and deontological adherence to these premises
comprises a mode of inauthenticity.
Alternatively, I will examine closely how difference can be reconsidered in view of the
proficiency of the anthropologist's self, judgements, and morals for the production of knowledge in
the discipline. As a result, this dissertation will be an attempt to, on the one hand, inspect the flawed
reasoning that sustains difference as it is interpreted in conjunction with a theoretical and descriptive
project; and, on the other, work over the ramifications for authentically engaging with difference.